A Bíblia Sagrada caracteriza a morte como um “sono”,
daqueles que “estão dormindo”, em mais de setenta
e duas situações diferentes, dentro do Antigo e do Novo Testamento. Uma
listagem completa provavelmente nos faria superar os limites de escopo deste livro.
Primeiramente, contudo, teremos que ver o porquê da morte na Bíblia Sagrada ser
tão caracterizada como um “sono”. Qual era o objetivo dos escritores bíblicos e
o porquê do uso de tal metáfora para o estado dos mortos ser tão utilizada
pelos escritores.
Em seguida, passaremos a contestar algumas das objeções
por parte dos imortalistas que defendem o ponto de vista contrário à morte como
um sono. Importante é ressaltarmos que o sono a qual todos os escritores
bíblicos falam não é um sono como o que a gente
dorme. Eles se referem a um sono não literal indicando o estado inconsciente e
não consciente do ser racional quando morre. Porém, este estado é tão somente
um intervalo da vida entre a morte e a ressurreição.
O estranho mesmo seria usar o
“dormir” como figura de linguagem para pessoas que estão bem vivas, acordadas,
dispostas e conscientes após a morte, que já estão com Deus ou que estão gritando
no inferno, ou que estejam intercedendo por nós, coisas que não fazem o menor
sentido com a figura de linguagem empregada pelos autores bíblicos para
retratar o estado dos mortos: sono.
Por que os autores bíblicos empregavam a metáfora do
Sono? – Uma razão muito forte para que os escritores bíblicos, inspirados
pelo Espírito Santo, empregassem o sono como caracterização da morte, é que
este apresenta uma correspondência perfeita com o despertar da ressurreição, como explica o Dr. Samuelle Bacchiocchi:
“Deixa implícita a segurança
de um despertamento posterior. Ao ir uma pessoa dormir à noite na esperança de
despertar pela manhã, também o crente adormece no Senhor com a garantia de ser
despertado por Cristo na manhã da ressurreição [...] Assim como uma pessoa que
está dormindo pode ser erguida, também os mortos, como ‘adormecidos’, têm a
possibilidade de serem ressuscitados e viver novamente [...] A metáfora do sono
é frequentemente utilizada na Bíblia para caracterizar o estado dos mortos
porque representa adequadamente o estado inconsciente dos mortos e seu
despertar no dia da vinda de Cristo. Sugere que não há consciência do lapso de
tempo entre a morte e a ressurreição. A metáfora do ‘sono’ é verdadeiramente
uma bela e terna expressão que indica que a morte não é o destino humano final,
porque haverá um despertar do sono da morte na manhã da ressurreição”[1]
Os mortos que estão em estado de inatividade,
inconsciência, ainda sem estarem despertos, como que “dormindo”, serão
despertados na manhã da ressurreição. Ora, não se desperta pessoas já ativas e
despertas. Afinal, como “despertar” alguém que já está justamente... desperto?!
O fato, porém, é que a linguagem bíblica do sono como caracterização da morte
(e não de despertamento ou de atividade) remete a um estado de inatividade, inconsciência,
em contraste com um estado ativo e consciente do ser humano na morte. A
esperança toda é centrada no despertar posterior da ressurreição dos mortos. Em
termos mais clássicos, já dizia Napoleão Bonaparte que “a
morte é um sono sem sonhos”[2]
– mas na esperança de despertar.
Caracteriza perfeitamente o estado dos mortos –
Além disso, a descrição bíblica dos mortos como que “dormindo”, é uma
caracterização perfeita do estado daqueles que aguardam a ressurreição dos
mortos: inconsciência.
Isso provém do fato de que os mortos não louvam a Deus
(cf. Is.38:19; Sl.6:5), não sabem de nada (cf. Ec.9:5), valem menos do que um
cachorro vivo (cf. Ecl.9:4), sua memória jaz no esquecimento (cf. Ecl.9:5), não
tem sabedoria alguma e nem conhecimento (cf. Ecl.9:10), não tem lembrança de
Deus (cf. Sal.6:5), não confiam na fidelidade de Deus (cf. Isa.38:18), não
falam da sua fidelidade (cf. Sal.88:12), estão numa terra de silêncio - e não
de gritaria do inferno ou de altos louvores do Céu (cf. Sl.115:17), não podem
ser alvos de confiança (cf. Sl.146:3), não pensam (cf. Sl.146:4), já não
existem (cf. Jó 7:21), não estão no Céu (cf. Jo.14:2,3; At.2:34; Mt.13:30;
Hb.11:39,40), não estão no inferno (cf. Mt.13:40; 2Pe.2:9), só vão para a vida
eterna a partir da ressurreição (cf. Jo.5:28,29; Rm.2:7)
e nem sequer teriam uma vida póstuma caso não houvesse a ressurreição que
acontece no último dia (cf. 1Cor. 15:18,19,32).
Não há nenhuma metáfora mais
bem adequada para definir a inconsciência dos mortos senão isso: o sono. É por isso que ele é tão frequentemente utilizado na Bíblia,
persistindo em mais de setenta e duas vezes.
Setenta e dois a zero – Mais uma das
características que não pode passar despercebida é o uso tão frequente do
“dormir” na Bíblia em contraste absoluto com uma vida consciente após a morte
daqueles que já morreram. É uso mais do que frequente a figura do sono na
Bíblia Sagrada para caracterizar os mortos. Por exemplo, ainda no Antigo
Testamento, lemos no livro de Jó:
“O homem, porém, morre e fica
prostrado; expira o homem, e onde está?” (cf. Jó 14:10)
Sua resposta é:
“Como as águas do lago se
evaporam, e o rio se esgota e seca, assim o homem se deita, e não se levanta: enquanto existirem os céus não acordará,
nem será despertado do seu sono” (cf. Jó 14:11-12)
Após fazer a pergunta de onde o homem se encontrava após
a morte, Jó em nada indica que esse estivesse em algum mundo superior em
perfeita atividade, muito pelo contrário, não seria despertado (para alguém
despertar tem que estar em inatividade) e nem acordaria do seu sono até não
haver mais céus. É evidente que a crença de Jó era que iria dormir no sepulcro
até que Jesus o chamasse na manhã da ressurreição (cf. Jó 17:13-16; Jó
19:25-27).
Em absolutamente todas as vezes em que um rei é morto no
AT, é citado que ele “descansa com os seus
antepassados” (ver 1Rs.2:20; 1Rs.11:43; 1Rs.14:20; 1Rs.14:31; 1Rs.15:8;
1Rs.15:24; 1Rs.16:6; 1Rs.16:28; 1Rs.22:40; 1Rs.22:50; 2Cr.9:31; 2Cr.12:16;
2Cr.14:1; 2Cr.16:13; 2Cr.21:1; 2Cr.26:2; 2Cr.26:23; 2Cr.27:9; 2Cr.28:27;
2Cr.32:33; 2Cr.33:20; 2Cr.36:21, etc). No livro dos Salmos, também é constante
a figura do sono como caracterização do estado dos mortos, como expressamente
colocado no Salmo 13:3 - “Ilumina-me os olhos, para
que eu não durma o sono da morte”.
Até Moisés (no Salmo 90) descreve a morte como um sono: “Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono;
de manhã são como a erva que cresce” (cf. Sl.90:5). O processo que
Moisés descreve aqui no Salmo 90 é de um homem vivo que é “levado” (morre) como
uma corrente de água, se tornando “como um sono” (na morte), e posteriormente,
de manhã, como “a erva que cresce” (ressurreição). Esse estado entre a morte e
a ressurreição não é descrito como um momento de vida assim como o estado anterior, mas de sono, um estado inconsciente sem lapso de tempo entre a morte e a
ressurreição. Seria ridículo dizer aqui que Salomão não estava falando do
destino humano real, mas apenas de um
corpo.
A analogia nos faz crer que, realmente, o “sono” não
indica nenhum estado consciente do ser racional na morte, porque ele diz no
verso seguinte: “de madrugada floresce e cresce; à tarde
corta-se e seca”
(v.6). O ser humano é como a erva que de madrugada floresce e cresce e a tarde
se corta e seca; ou seja, ele não permanece vivo eternamente em um estado
desencarnado, mas é como a erva que depois de algum tempo já não existe. A
analogia nos traz o “sono” como uma metáfora adequada para a inconsciência do
ser racional na morte.
O Novo Testamento segue a mesma linha do Antigo
simplesmente porque apresenta exatamente o mesmo ponto de pensamento holista do
AT. O que muda no Novo é que a esperança da ressurreição bem como sua realidade
é mais expressa e fortalecida pelo fato de que Cristo ressuscitou, sendo assim
a primícia dos que dormem, dando-nos desta forma a confiança e segurança de que
a esperança da ressurreição dos mortos na qual os apóstolos tanto esperavam e
sustentavam não era vã (cf. At.26:6-8; 1Cor.15).
O estado dos mortos, porém, continuava o mesmo: dormindo. Paulo faz contínuas e
inúmeras referências ao sono como o estado dos mortos (ver 1Co.15:6; 1Co.15:20;
1Co.15:51; 1Ts.4:13; 1Ts.4:14; 1Ts.4:15; 1Co.11:30; 1Co.15:6; 1Co.15:18;
Ef.5:14, etc). Pedro também faz o mesmo uso da figura do sono, dizendo que “os pais dormem” (cf. 2Pe.3:4). Até Jesus Cristo
classificou a morte como um sono inconsciente ao comparar com o estado de
Lázaro, já morto:
“Isto dizia e
depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou para despertá-lo do seu sono. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará
salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham
que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente:
Lázaro morreu” (cf. João 11:11-14)
Em nenhum momento é referido a qualquer pessoa morta que
esta já esteja com Cristo, ou com relação aos que “estão no Céu”, mas sempre
é “os que dormem” (cf. 1Co.15:6; 15:20;
15:51; 15:6; 15:18; 11:30; 1Ts.4:13-15). A diferença entre essa terminologia e
a teologia imortalista é tão gritante que isso reflete até os dias de hoje. Nas igrejas cristãs de hoje que adotam a doutrina
da imortalidade da alma, o termo “dormir” (empregado por todos os escritores
bíblicos do AT e do NT) desapareceu
absolutamente das pregações. A moda é falar dos que “estão com Cristo”
ou dos que “estão na glória”, mas nunca “dos que dormem”, reflexo da influência
que a doutrina pagã da imortalidade da alma exerceu nos púlpitos.
Se você frequenta uma igreja que adota a doutrina da
imortalidade da alma, responda sinceramente: quantas vezes você já ouviu o
pastor da sua igreja dizendo que os mortos dormem? Eu posso responder
perfeitamente a essa pergunta por experiência própria: nunca! Preferem dizer que os mortos “estão na glória” ou que “estão
com o Senhor”, nunca dizem que “dormem”. Mas por que isso, já que tal termo é
tão frequentemente utilizado na Bíblia inteira? Simplesmente porque deixaria
entender que os mortos estão realmente inativos,
inconscientes, como que “dormindo”! Melhor mesmo dizer que os mortos não estão
de modo algum dormindo! Muito mais fácil dizer que eles já estão na glória,
certo?
Se isso é assim hoje, agora imagine naquela sociedade do
primeiro século em que os gentios recém-convertidos ainda não entendiam quase
nada da doutrina recém criada dessa nova religião chamada “Cristianismo”, você
diria a esses recém-convertidos que os mortos “dormem” se eles estivessem “bem
acordados”? De jeito nenhum! Ninguém
iria querer passar tão tremenda confusão aos seus leitores recém
“cristianizados”. Se hoje esse termo bíblico desapareceu completamente nas
igrejas que adotam a imortalidade é porque ele de fato não condiz com um estado
consciente do ser humano na morte.
O termo bíblico simplesmente foi extinto pelas igrejas
cristãs dualistas simplesmente porque não combina em absolutamente nada com o
estado dos mortos que eles acreditam ser. Por
isso, faz muito mais sentido repetir constantemente que as pessoas já estão no
Paraíso como espíritos, ao invés de aplicarem o termo que a Bíblia insiste em
aplicar sempre, que se relaciona ao sono da morte, e não a um estado
consciente. Os pregadores se constrangem em pregar que os mortos “dormem”,
porque sabem que esse termo sugere
muito mais fortemente um estado inconsciente do que um estado consciente do ser
humano na morte.
Ponderamos: se os escritores bíblicos também tivessem essa mesma mentalidade,
persistiriam em usar tanto a linguagem do “sono” para os mortos, referindo-se
àqueles que “dormem”, ao invés de fazerem uso do linguajar popular das
igrejas de hoje? Iriam eles escrever inclusive a desconhecidos e a recém-convertidos
epístolas inteiras onde o sono sempre é predominante na questão do estado atual
dos mortos?
A total omissão de qualquer menção àqueles que apesar de
mortos já estivessem vivos em algum lugar no Céu ou no inferno, bem como a
total omissão dos termos “estão com Cristo” ou “estão na glória” (que poderiam
ser perfeitamente utilizados e seria o mais aplicável para a doutrina
imortalista, mas não aparecem em lugar nenhum da Bíblia), ainda mais quando
vemos o foco da Igreja primitiva totalmente voltado à ressurreição dos mortos,
nos leva a crer que, de fato, os escritores bíblicos não tinham qualquer
ciência de que os mortos já estariam no Céu.
Se contarmos todas as vezes em que o “dormir” é aplicada
com respeito ao estado dos mortos em contraste com o número de vezes em que a
linguagem é de já estar no Céu ou de já estar com Deus, o placar arrasador é de
72 a 0. É difícil sustentar a ideia de que em 72 vezes eles se esqueceram de
aplicar qualquer termo imortalista que é usado por todos eles hoje, sem dizer
em momento nenhum que os mortos já estavam no Céu, mas se lembraram setenta e
duas vezes do contrário.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
-Artigos relacionados:
-Não deixe de acessar meus outros sites:
- Preterismo em Crise (Refutando o Preterismo Parcial e Completo)
[1] BACCHIOCCHI,
Samuele. Imortalidade ou Ressurreição:
Uma abordagem bíblica sobre a natureza e o destino eterno. Unaspress, 1ª
edição, 2007.
Boa tarde Lucas, meu nome é Guilherme Pimenta e tenho aprendido muito com os estudos, mas tenho pouco tempo pra acompanhar todos os estudos e achar resposta pra minha dúvida. queria saber como Moisés morreu e foi visto no monte da transfiguração, acho o teu estudo sólido, mas me questionaram a esse respeito e não tive argumento pra defende-lo. Aguardo resposta com gratidão. Graça e paz da parte de Cristo!
ResponderExcluirOlá, Efraim, a paz de Cristo. Eu escrevi sobre Moisés no monte da transfiguração aqui:
ResponderExcluirhttp://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/o-que-moises-fazia-vivo-no-monte-da.html
Deus te abençoe.
Eu não entendi muito bem, então Jesus sendo Deus "parou de existir" por 3 dias?
ResponderExcluirEntão Lucas, eu no vi seu outro site apologia crista onde você faz uma comparação entre o barro e o corpo humano, só que quando fui pesquisar, encontrei que existem mais elementos químicos presentes no corpo humano, que você não citou, queria que você me explica-se melhor.
ResponderExcluirEmerson, você tem que distinguir entre a parte divina e a humana de Cristo. A parte divina não morre - é imortal - a parte humana morre naturalmente como todos os outros humanos. Sobre o barro, o que eu mostrei foi que os elementos básicos do barro também existem no corpo humano, o que faz uma ligação com o relato da criação (Gn.2:7), mas é lógico que existem outros elementos no ser humano, ele foi feito do barro mas não é somente barro.
ResponderExcluirAbraços.
Então, Lucas, o que eu não entendo é a parte divina de Jesus, se não estiver na alma (um ser dentro do corpo) é o que? e onde ela está localizada? na mente? Então referente ao barro, muito obrigado!!
ResponderExcluirVocê diz que não é adventista mas cita autores adventista?
ResponderExcluirEu não sou calvinista mas cito autores calvinistas. Qual é o problema?
ResponderExcluirRespondendo ao Emerson:
ResponderExcluirEmerson, esta questão da natureza divina de Cristo na terra é complexa, eu particularmente creio que Jesus se fez plenamente humano para habitar entre nós (http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/11/jesus-cristo-veio-100-em-carne-ou-era.html), mas aqueles que afirmam o contrário simplesmente não sabem precisamente o que ou onde estava a divindade de Cristo. Para eles Jesus tinha uma alma humana, um espírito humano e TAMBÉM uma divindade, ou seja, a divindade não era a própria alma ou o espírito. Eles pensam em termos espirituais, como se a divindade de Cristo fosse um poder de onipotência e onisciência que ele tinha (neste ponto presumo que seja na mente), enquanto que outros creem que Jesus era essencialmente um ser divino, só que revestido de um corpo humano, e dentro deste corpo humano possuía uma alma humana.
Lucas, nosso corpo entra em decomposição, isso é um fato.
ResponderExcluirComo seria a ressureição? Nós como cadáveres? Ou como
alma imortal (daquelas que os espíritas acreditam, e que seremos com a ressureição)?
A ressurreição é em um CORPO GLORIFICADO, não é este mesmo corpo que temos hoje, senão os que foram cremados não poderiam ressuscitar! Na ressurreição Deus nos dá um NOVO CORPO, que sim, se parece exatamente como esse, exceto pelo fato de não pegar doenças e de não morrer, porque é um corpo que não se deteriora com o passar do tempo.
ResponderExcluirAbraços.
Caro autor Lucas, você está sendo incoerênte com sua afirmação sobre a mortalidade da alma, nós levando a crer que você está isolando textos da bíblia para justificar heresias adventistas a respeito dos sonos das almas.
ResponderExcluirExamina melhor as escrituras irmão Lucas pois você esqueceu a passagem de Lázaro e o rico e de muitas outras passagens como a transfiguração de Moisés e Elias, e o próprio Elias que não conheceu a morte pois foi arrebatado em uma carruagem de fogo!!!
As passagens bíblicas que falam a cerca dos que dormem o sono da morte, da referências a o seu desligamento do mundo material a qual não mas pertencem os mortos!!!
Caro autor anônimo: em primeiro lugar, desde quando a mortalidade da alma é uma "heresia adventista"? Muito antes dos adventistas, os anabatistas (que existem desde ANTES da Reforma) já criam na mortalidade da alma, o próprio LUTERO cria na mortalidade da alma, os Pais da Igreja do primeiro e do segundo século criam na mortalidade da alma, os judeus historicamente sempre creram na mortalidade da alma até a diáspora judaica, e a Bíblia toda está cheia de afirmações categóricas da mortalidade da alma. Só não vê quem não quer. Sua afirmação é simplesmente falsa, desprovida de conhecimento histórico.
ResponderExcluirEm relação à parábola do rico e Lázaro, ela é uma PARÁBOLA, ou seja, uma ALEGORIA, não algo literal (se formos literalizar as parábolas, então deveríamos presumir que árvores falam, pois há parábolas em que árvores conversam com outras árvores!). Eu escrevi sobre essa parábola neste artigo:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/07/estudo-completo-e-aprofundado-sobre.html
E sobre a transfiguração no monte, eu escrevi sobre isso aqui:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/o-que-moises-fazia-vivo-no-monte-da.html
Não adianta, portanto, pegar textos isolados na Bíblia junto com distorções históricas para tentar negar o óbvio: de que a Bíblia ensina a morte da alma em mais de 200 passagens.
Deus lhe abençoe.
F.A.T.A.L.I.T.Y nos Imortalistas!!!
ResponderExcluirOlá Lucas Banzolli, muito bom o seu texto. Tenho uma indagação:
ResponderExcluirO fato de uma pessoa estar "dormindo" faz dela insconsciente das coisas que estão acontecendo ao seu redor, mas não necessariamente faz dela uma pessoa não existente.
Sendo assim, podemos afirmar que os mortos "dormem", porém de alguma maneira ainda vivem num estado intermediário de não consciência, aguardando a ressurreição do corpo?
Se não há esse estado intermediário que mantenha a existência e personalidade daquele que morreu, podemos afirmar que já não seria ressurreição, mas sim uma nova existência naquele Dia? Pois para haver ressurreição de alguém, faz-se necessário que algo "desse alguém" ainda exista...
Seria altamente impróprio, mesmo que figuradamente, falar de uma pessoa morta "esperando" se uma pessoa morta "não existe". Espera exige uma existência.
Poderíamos dizer que entre o período da morte natural e a ressurreição, o corpo permanece no pó e o espírito com Deus num estado intermediário de existência inconsciente, aguardando a ressurreição do juízo?
Me parece que a identidade de cada individuo sobrevive à morte do corpo. No dia da ressurreição do corpo e juízo, os que foram identificados com Cristo recebem a vida eterna e os que não foram identificados com Cristo, sofreram de acordos com seus pecados e depois aniquilados integralmente.
Aguardo a sua publicação desse comentário, junto com suas respostas.
Abraço
O dormir é uma metáfora para a morte para se adequar à descrição bíblica de inconsciência, mas os mortos não estão dormindo em sentido literal, estão apenas mortos.
ExcluirAlgo "desse alguém" existe: o corpo, que ressuscita na ressurreição. Um corpo morto que por sua vez volta à vida, pois ressurreição é trazer à vida algo que já estava sem vida, e não a algo vivo. Não se ressuscita vivos.
Dizemos que os mortos "esperam a ressurreição" pela mesma razão que Paulo disse que a natureza "espera sua redenção". É uma descrição de um estado e não de uma consciência.
Não faz sentido dizer que "o espírito está inconsciente com Deus em um estado intermediário", da mesma forma que não faria sentido dizer que "a respiração está inconsciente" (apenas dizemos que a pessoa deixou de respirar, mas não que a respiração morreu ou que está inconsciente).
Abs.
Você já parou para pensar na possibilidade de alguns autores do Novo Testamento terem sido influenciados pela filosofia grega nessa questão de vida após a morte?
ResponderExcluirComo você sabe, não havia uma ortodoxia judaica homogênea...
Isso não explicaria o motivo pelo qual temos hoje tantos pontos de vista diferentes em relação a esse assunto?
É interessante perceber que cada ponto de vista ao ser defendido utiliza-se de "textos chave" que supostamente favorecem tal perspectiva. E tais textos se tornam a base para explicar os outros textos que supostamente desfavorecem tal perspectiva.
Até porque, todo texto de "teologia sistematizada" produzido pelo homem ao longo da história, pode até ser válido, mas não deixa de ser extrabíblico. Não está ipsis literis no texto do Canon.
Se não está ipsis literis no texto do Canon, logo, não é essencialmente bíblico, mas uma interpretação humana.
Sendo assim, poderíamos afirmar, que tanto mortalistas quanto imortalistas estão certos em suas exposições?
Veja aqui: https://goo.gl/h3Z3C4
Abçs
Existem têm possibilidades:
Excluir1) Os escritores bíblicos eram imortalistas e portanto os mortalistas interpretam erroneamente a Bíblia.
2) Os escritores bíblicos eram mortalistas, e portanto os imortalistas interpretam erroneamente a Bíblia.
3) Alguns escritores bíblicos eram imortalistas e outros mortalistas, ou então eram todos bipolares e expressavam diferentes opiniões dependendo do momento (seria como a imagem do "6/9" que você me passou).
Pela minha crença na inspiração e harmonia das Escrituras que eu como cristão creio, eu descarto a opção 3 de antemão. Ficamos com as primeiras duas possibilidades. Significa que um lado ou outro está interpretando mal alguns textos. Na minha leitura, eu harmonizo muito melhor os "textos imortalistas" no mortalismo do que o contrário. Talvez um imortalista vá negar, é direito dele, mas eu tenho uma consciência individual e na minha forma de ler e entender os textos é assim. Se você pensa diferente, eu respeito sua opinião, mas na minha forma de ler e entender os textos o imortalismo não se encaixa nas Escrituras de nenhuma forma, seja pelos seus textos serem fracos para provar alguma coisa, seja pela ausência de uma refutação consistente aos nossos textos.
PS: apenas ressaltando que este blog será descontinuado a partir de 2018 (ou seja, daqui uma hora rs), e eu vou bloquear a caixa de comentários de todos os artigos na intenção de que as pessoas sejam direcionadas ao meu blog principal onde escreverei sobre todos os assuntos em um lugar só. Ou seja, eu lhe peço encarecidamente que se tiver algum novo comentário a fazer, escolha algum post do meu blog principal e comente por lá:
http://www.lucasbanzoli.com/
Abs!