
A Lei Moral - Uma simples
questão de raciocínio lógico já nos mostra a impossibilidade do tormento
eterno. Por exemplo, você castigaria uma criação sua que pecou contra você
durante algum tempo por um tormento sem um fim? Seja sincero, independente do
que ele fez, você seria capaz de atormentá-lo no fogo em tempo sem fim? Não, eu
diria que você (como um pai natural) o puniria de acordo com aquilo que ele
merece, isto é, aquilo que ele fez por merecer pelas suas obras seria o tempo
em que ele passaria sendo castigado, e não mais do que isso.
Mesmo se o caso fosse de algum
desconhecido, qualquer juiz justo e honesto (do mundo natural) daria uma pena
de tempo correspondente ao que ele fez por merecer. Por isso, algumas pessoas
ficam mais tempo presas do que outras, e nem mesmo fogo (tormento) tem! Mas, se
nem você mesmo seria capaz de punir completamente desproporcionalmente deste
jeito algum ser humano, será que Deus poderia dar tal castigo totalmente
desproporcional?
Se os pecados finitos exigiriam um tempo de
castigo finito e temporal, será que Deus atormentaria uma alma eternamente?
Logicamente, não! Mas, mesmo que assim fosse, esbarraria seriamente em uma
questão de lógica, uma vez que nós (que somos ímpios) sabemos tratar com
justiça proporcional aos atos, quanto mais então Deus (que é a imagem perfeita do amor, da justiça e da misericórdia)
muito menos ainda poderia dar tal exemplo contrário!
Isso é contra a própria natureza divina, e,
mais ainda que isso, ocasionaria que uma natureza humana (ímpia) fosse mais justa
do que uma natureza divina (perfeitamente justa). Ora, isso é claramente uma
contradição em primeira ordem, seguindo-se, portanto, que o tormento eterno é
totalmente incompatível com a justiça divina. O fato é que atua nos seres
humanos uma Lei Moral, lei esta
implantada pelo próprio Deus. Isso é reconhecido até mesmo pelos imortalistas
Frank Turek e Norman Geisler, que disseram:
“Os seres humanos não
determinam o que é certo e o que é errado; nós descobrimos o que é certo ou
errado. Se os seres humanos determinassem o que é certo ou errado, então
qualquer um poderia estar ‘certo’ em afirmar que o estupro, o homicídio, o
Holocausto ou qualquer outro mal não é realmente errado. Mas nós sabemos
intuitivamente que esses atos são errados por meio de nossa consciência, que é
manifestação da lei moral [...] Essa lei moral deve ter uma fonte mais elevada
que nós mesmos, porque ela é uma prescrição que está no coração de todas as
pessoas [...] O padrão de retidão é a
própria natureza do próprio Deus — infinita justiça e infinito amor”[1]
Paulo fala sobre esta lei moral na epístola
aos Romanos, da seguinte maneira:
“De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam
naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam
a lei; pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações.
Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora
acusando-os, ora defendendo-os” (cf.
Romanos 2:14,15)
Em outras palavras, vemos que atua em nós uma Lei Moral
(que pode ser seguida ou não), e esta lei de consciência provém da essência do
próprio Deus! Como foi colocado anteriormente, “o padrão de retidão é a própria natureza do próprio Deus —
infinita justiça e infinito amor”. O que essa Lei Moral nos diz? Ela nos induz
a uma outra lei: a Lei de Justa Retribuição (proporcionalidade). Ninguém
julgaria como “justo” e “amoroso” o ato de condenar pessoas que cometeram
décadas de pecado (ou menos ainda) a um tormento eterno e infindável com fogo e
enxofre, em um processo que não cessa nunca, pois isso não é justa retribuição,
mas exatamente injusta retribuição!
Isso faz parte da natureza de Satanás, e
não de Deus. Levando em consideração que essa lei da proporcionalidade provém
da Lei moral que é a essência e natureza do próprio Deus, fica muito claro que
este próprio Ser não pode contradizer a si mesmo e condenar pessoas a um eterno
tormento. Isso é somente lógica, em que descobrimos facilmente que o
implantador da mentira do tormento eterno é exatamente aquele ser que tem
exatamente a natureza oposta de Deus: Satanás.
Este ser tem por natureza e essência o mal,
a vingança, a tortura – se puder, eternizá-la!
Por isso, não é a toa que esta mentira tem sido implantada no mundo, pois um
ser naturalmente mal engana as pessoas com mentiras que estão naturalmente na
essência deste próprio ser que propaga as mentiras, indo frontalmente contra os
ensinamentos morais de Deus, a lei de consciência, a lei de proporcionalidade e
a lei moral que é a essência plena e natureza do próprio Deus vivo, que nega
absolutamente a tortura eterna da alma.
Outro fácil método de desenvolvermos o
raciocínio é partirmos do sentido inverso. Se a natureza divina incluísse a
tortura eterna dos seres humanos, isso então se remeteria na nossa própria Lei
Moral (lei de consciência), pois ela reflete a essência do próprio Deus. A
consequência disso seria desastrosa para os seres humanos, pois teríamos em nós
mesmos a consciência de que é certo pagar infinitamente mais do que aquilo que
alguém realmente merece, passando literalmente por cima da lei da
proporcionalidade e justa retribuição.
Uma fácil conclusão disso seria que
literalmente qualquer um estaria realmente
certo em afirmar que o estupro, o homicídio, o Holocausto ou qualquer outro
mal não é algo errado, mas certo, pois não existiria a lei de proporcionalidade
e justa retribuição em nós, pois o próprio Deus não seria assim! Vemos,
portanto, que a Lei Moral é fatalmente contra a tese imortalista do tormento
eterno. A lógica é muito simples:
(1) Existe uma Lei
Moral (lei de consciência) que atua no íntimo dos seres humanos.
(2) Nessa Lei Moral é
evidente o Princípio da Proporcionalidade.
(3) Essa Lei Moral que
prega a Proporcionalidade é o reflexo da essência, caráter e natureza do
próprio Deus.
(4) Logo, Deus não
pode punir infinitamente mais por pecados finitos, pois isso contrariaria
diretamente a sua própria natureza e ainda iria de frente ao próprio Princípio
da Proporcionalidade.
Outra maneira que podemos enumerar as premissas é a
partir dos seguintes fatos abaixo expostos:
(1) O ser humano, sendo
ímpio, não é capaz de atormentar eternamente alguém por pecados finitos e
temporais, pois isso contraria o senso de ética, lei moral e justiça que o
próprio Deus colocou em cada um de nós.
(2) Se Deus (que é a
imagem perfeita do amor e da justiça) atormentasse eternamente com fogo alguém,
seria um castigo desproporcional que
nem sequer um ser humano (ímpio) seria capaz de fazer.
(3) Deus não pode
contradizer a sua própria lei moral imposta no coração de cada ser humano (uma
vez que foi ele mesmo quem a colocou) e, mesmo se fosse o caso, um ser humano
por ser ímpio jamais pode ser mais justo do que a natureza divina.
(4) Deus não pode ir
contra a Lei Moral imposta por ele próprio, porque essa Lei Moral é a essência
e natureza dele mesmo.
(5) Portanto, é
incompatível a justiça divina, a lei moral e a proporcionalidade de pecados em
relação a imposição de um eterno tormento com fogo. Tal suposição absurda faria
com que o ser humano fosse mais justo do que Deus, o que é objetivamente
inaceitável.
A ética da parte de Deus é demonstrada
tanto no Antigo Testamento como no Novo, pois o Antigo figura o Novo:
ANTIGO TESTAMENTO
|
NOVO TESTAMENTO
|
“Se o culpado
merecer açoitamento, o juiz ordenará que ele se deite e seja açoitado em sua
presença com o número de açoites que o
seu crime merecer” (cf. Deuteronômio 25:2)
|
“Aquele servo que conhece a
vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele
que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites” (cf. Lucas 12:47,48)
|
Apenas aquele que
reconhece o princípio da proporcionalidade pode compreender o que o salmista
expressa no Salmo 98:9 – “Cantem diante do Senhor,
porque ele vem, vem julgar o mundo com justiça e os povos, com retidão”,
e de Paulo aos Romanos: “E então, que diremos?
Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma!” (cf. Rm.9:14).
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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- Preterismo em Crise (Refutando o Preterismo Parcial e Completo)
E pensar que até a pouco tempo atrás, antes de conhecer seus sites, eu acreditava nestas crenças pagãs provindas do maligno, para corromper o caráter maravilhoso de nosso Deus, graças a ele por seu intermédio fui liberto destas superstições malignas; que deus lhe abençõe por esse magnífico trabalho. A paz de Cristo.
ResponderExcluirAss Eremilson
Acredito no princípio da proporcionalidade, vejo como argumento que tem base bíblica, porém acho que fugiu do tema central da doutrina do inferno com pouca ou nenhuma base teológica que o respalde a afirmar que não existirá inferno e tormento eterno.
ResponderExcluirEste artigo é apenas uma parte de um todo bem maior publicado no meu livro. Se quiser ver as provas bíblicas, o leia:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html