Desmistificando a lenda de uma alma imortal

3 de novembro de 2013

O que significa levar cativo o cativeiro?


Paulo pregou a entrada no Céu por ocasião da ressurreição de Cristo? – Outro conceito que tem sido sistematicamente deturpado dentro da teologia imortalista é a tese não-bíblica mas amplamente divulgada entre os dualistas, que consiste no ensino de que, por ocasião da ressurreição de Cristo, os mortos justos que esperavam conscientemente no Sheol (que, como vimos, não é uma morada de espíritos desencarnados, mas puramente sepultura), partiram dali para o Paraíso, onde estão até hoje. Para isso, eles se apoiam em um único versículo bíblico, que é analisado de forma isolada e tão mal interpretado por alguns a tal ponto que foi necessário que os próprios imortalistas revissem essa tese e a refutassem em seus livros. O verso em questão trata-se de Efésios 4:8-9, onde Paulo diz:

Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?” (cf. Efésios 4:8,9)

E pronto! Os imortalistas, de alguma forma, acharam neste versículo o subsídio necessário para a crença corrente por muitos neste meio, de que, por ocasião da ressurreição de Cristo, todos os mortos que estavam no Hades foram transferidos para o Paraíso. Segundo eles, Cristo desceu – pasme - até o inferno (v.9), entendem eles “inferno” por “regiões inferiores da terra”.

Não é preciso dizer nada, pois o texto fala por mim: não há absolutamente nada disso no texto! Se realmente houvesse havido esta transferência de lugar dos mortos, Paulo iria acentuar isso em qualquer uma de suas epístolas ou então o próprio Jesus iria pregar tal coisa. Este “ensinamento” seria amplamente encontrado nas Escrituras. Mas isso não aparece em lugar nenhum, senão na teologia de alguns que distorcem completamente essa passagem como forma isolada de conciliar os meios “literais” da parábola do Lázaro com a consciência pós-morte no Céu.

Interpretar que “levar cativo o cativeiro” significa exatamente transportar espíritos desencarnados justos do Hades para o Céu é forçar a passagem completamente – o texto não diz isso e poderíamos forçá-la do jeito que quisermos para fundamentar qualquer doutrina! Se essa transferência realmente tivesse ocorrido, então certamente isso estaria sendo mencionado de maneira clara nas Escrituras. Mas isso não ocorre em parte nenhuma. Vejamos, por exemplo, no comentário do mesmo apologista imortalista anteriormente citado, o que ele tem a nos dizer sobre Efésios 4:8-9:

Finalmente, quando Cristo ‘levou cativo o cativeiro’, não estava levando amigos para o céu. É uma referência à sua vitória sobre as forças do inimigo. Os cristãos não são ‘cativos’ no céu. Não somos forçados a ir para lá contra a nossa própria e livre escolha (veja Mt 23:37; 2 Pe 3:9)"[1]

Sobre o “descer às regiões inferiores da terra”, ele comenta:

“A expressão ‘até as regiões inferiores da terra’ não é uma referência ao inferno, mas ao túmulo. Até mesmo o ventre de uma mulher é descrito como sendo ‘profundezas da terra’ (Sl 139:15). Essa expressão significa simplesmente covas, túmulos, lugares fechados na terra, em oposição a partes altas, como montanhas"[2]

O comentário dos tradutores na nota de rodapé da Nova Versão Internacional, que por sinal também adota a crença na imortalidade da alma, também faz questão de refutar esse mito no que diz respeito a Efésios 4:9:

"Embora Paulo cite o salmo para introduzir a ideia de 'dons aos homens', aproveita a oportunidade para relembrar ao leitor a vinda de Cristo à terra (sua encarnação) e a subsequente ressurreição e ascenção. É provável que o texto não signifique (como pensam alguns e como querem algumas traduções) que Cristo desceu ao inferno"[3]

Até mesmo o pastor norte-americano John Piper se posicionou contra a tese de que Jesus tenha descido ao inferno entre a sua morte e ressurreição, e disse:

"Em Efésios 4:9, é dito que Cristo desceu às partes mais baixas da terra. Isso provavelmente significa que ele desceu à terra, que é as partes mais baixas. O “da” ali não significa que ele estava afundando na terra. Assim, não penso que o texto garanta a interpretação que ele desceu ao inferno (...) Minha conclusão é que não existe nenhuma base textual para crer que Cristo desceu ao inferno"[4]

Vemos, portanto, que são os próprios imortalistas que refutam esse mito amplamente crido por muitos deles, de que "levar cativo o cativeiro" significa ter tirado pessoas do Hades e as transferido para o Paraíso. Levar cativo o cativeiro é uma linguagem que expressa a vitória de Cristo sobre as trevas e sobre os inimigos espirituais de Cristo. Não significa que ele desceu até o inferno e nem que ele tenha levado amigos cativos para o Céu. Se assim fosse, os próprios imortalistas teriam que rever sua própria teologia, pois ensinam que o Sheol (Hades) era um local de paz para os justos, e não um "cativeiro".

Além disso, teriam que rever seus conceitos sobre alma e espírito, uma vez que se baseiam em um texto de Eclesiastes que fala da retirada do espírito na morte para Deus (cf. Ec.12:7), e não para o Sheol. Se tal interpretação fosse correta e o espírito fosse mesmo uma "alma imortal", o espírito deveria descer ao Hades e só subir ao Paraíso após a ressurreição de Cristo. É evidente que os imortalistas não conseguem conciliar suas teses com elas mesmas, pois todas são contraditórias umas às outras.

Mas ainda há um texto bíblico por eles utilizado, e este é ainda mais completamente descontextualizado: “’E também: Nele porei a minha confiança’. Novamente ele diz: ‘Aqui estou eu com os filhos que Deus me deu’” (cf. Hb.2:13). Para eles, estes “filhos que Deus me deu” significa exatamente os espíritos desencarnados que Cristo transportou para o Céu na sua morte. Tal interpretação, contudo, é claramente negada pelo verso seguinte que especifica tudo: “Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo” (v.14).

Aqui vemos que os “filhos” do verso 13 não são espíritos sem corpo levados para o Céu a fim de serem apresentados para Deus, mas sim pessoas "de carne e de sangue" (v.14), e o texto diz respeito à encarnação de Cristo, quando Jesus “participou desta condição humana” (v.14), e esteve com pessoas “de carne e sangue”. Aqui temos mais um exemplo de como é fácil tirar um texto de seu contexto para fundamentar mitos, que sempre tem o poder de enganar aqueles que não buscam se aprofundar no contexto e procurar a verdade.

Por tudo isso, vemos que não existe base bíblica nenhuma para a teoria amplamente mirabolante divulgada entre os imortalistas, de que, por ocasião da morte e ressurreição de Cristo, ele desceu até ao inferno e transportou os justos direto do Hades para o Céu. O que a Bíblia realmente ensina, como vimos, é exatamente o contrário de tal ensino. Os justos não estão no Céu ainda, mas entrarão por ocasião da segunda vinda de Cristo, momento em que os vivos justos serão arrebatados a fim de entrarem no Paraíso ao mesmo passo dos justos que já morreram. Qualquer doutrina que vai além disso é não-bíblica, e as próprias Escrituras advertem a "não se deixar levar pelos diversos ensinos estranhos" (cf. Hb.13:9).

Paz a todos vocês que estão em Cristo.


Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

Extraído de meu livro: “A Lenda da Imortalidade da Alma”


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-Não deixe de acessar meus outros sites:

Apologia Cristã (Artigos de apologética cristã sobre doutrina e moral)
Heresias Católicas (Artigos sobre o Catolicismo Romano)
O Cristianismo em Foco (Reflexões cristãs e estudos bíblicos)
Preterismo em Crise (Refutando o Preterismo Parcial e Completo)



[1] GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual popular de dúvidas, enigmas e 'contradições' da Bíblia. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1999.
[2] ibid.
[3] Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em Efésios 4:9, p. 2023.
[4] PIPER, John Stephen. Cristo desceu ao inferno? Disponível em: <http://www.revistacrista.org/Morte%20e%20Eternidade_Cristo%20Desceu%20ao%20Inferno.htm#.UhJ9LZIqaO1>. Acesso em: 16/08/2013.
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23 comentários:

  1. ola tudo bem
    você explicou a tese da imortalidade mais não
    declarou a interpretação do texto
    qual é?

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  2. Olá, a minha posição sobre o texto é a mesma que o Norman Geisler disse (e que foi citada no artigo):

    “Finalmente, quando Cristo ‘levou cativo o cativeiro’, não estava levando amigos para o céu. É uma referência à sua vitória sobre as forças do inimigo. Os cristãos não são ‘cativos’ no céu. Não somos forçados a ir para lá contra a nossa própria e livre escolha (veja Mt 23:37; 2 Pe 3:9)"

    Abraços.

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    1. I os santos q resusituaram por o casiao da morte de Cristo voltaram pára sepultura

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  3. Boa Noite, e como fica a leitura de Mateus 27:50 a 53?

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  4. SE CRISTO NAO DESCEU ATE O INFERNO COMO ELE TOMOU A CHAVE DO INFERNO COMO DIZ A BIBLIA?

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  5. Onde é que a Bíblia diz que Jesus tomou a chave das mãos do diabo? A resposta é: em lugar nenhum. Isso é crendice popular, não Bíblia.

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  6. "Boa Noite, e como fica a leitura de Mateus 27:50 a 53?"

    RESPOSTA: O texto fala de pessoas que ressuscitaram e apareceram EM JERUSALÉM, não de pessoas que ressuscitaram e foram para o Céu ou para qualquer outro lugar. Ou seja: a ressurreição delas foi no mesmo sentido da ressurreição da Lázaro, por exemplo.

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  7. O que pude perceber é que ambos os lados não sabem o que de fato Paulo quis dizer com "partes mais baixas da terra". Certamente o ventre de uma mulher é simbolicamente comprado "as profundezas da terra" por ser algo profundo e não algo que esteja na parte externa ou superficial da barriga da mulher. Penso que Efésios 4.9 não tem nada haver com a ideia que Jesus levou espíritos do Hades para o Céu, mas tenho dificuldade de abraçar a interpretação mortalista também. Todos esses comentários apenas pressupõe o que Paulo quis dizer, mas sem terem de fato a certeza do que ele quis dizer. Não sei como um simples túmulo pode ser descrito como sendo "as partes mais baixas da terra" uma vez que de fato não são as partes mais profundas da terra. Lucas, eu não sou trinitariano e muito menos creio no conceito de "encarnação de Cristo" por não está na Bíblia. Sou unitarista da mesma posição do www.biblicalunitarian.com quanto à pessoa de Cristo. Eles também são mortalistas, mas até agora não abracei a tese mortalista por completo, mas rejeito quase tudo dos imortalista. Pois bem, se a referência de Efésios 4.9 diz respeito à "encarnação de cristo" ou sua "descido do céu" para a terra, sendo a terra "as partes inferiores", não seria este conceito de encarnação um pressuposto imortalista, uma vez que está pressupondo que um espírito desceu do céu e encarnou no ventre de uma mulher? E não seria isso algo similar ao que prega a doutrina imortalista ou mesmo o reencarnacionismo? Talvez alguns pudessem dizer: "Mas Jesus era Deus!" Bem, eu não vejo isso na Bíblia. Outro ponto: Como uma sepultura pode ser o "coração da terra" ou "ventre" ou "as partes inferiores da terra" uma vez que tais residem na superfície? Com certeza os Judeus sabiam que existiam coisas mais profundas no mundo do que um túmulo. Como já disse, faz todo o sentido o salmista chamar o ventre de sua mãe de "profundezas da terra" ou, uma tradução mais literal do hebraico, "as partes mais baixas da terra", por ser algo que é de fato profundo, misterioso, central e interior, e não algo externo, superficial. O mesmo poderia ser dito do Sheol/Hades? Eu gosto muito do site, e concordo com muitas coisas que são ditas, mas tenho muitas dúvidas e perguntas que não encontrei respostas satisfatórias no site. Ambos os lados possuem bons argumentos, e isso que me deixa mais confuso.

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  8. Olá.

    Eu não entendo como sendo um pressuposto imortalista porque o que a crença imortalista afirma é que existe uma alma imortal presa dentro do corpo dos seres humanos, mas isso não se aplica a outro que não seja humano. Com Jesus isso também não se aplica pois, sendo Deus, ele sequer precisaria de uma "alma" para viver eternamente. Por mais que você não creia na divindade de Cristo, é nisso que eu creio e não vejo como isso parte de um "pressuposto imortalista", pois seria como dizer que como Deus é imortal então o homem também tem que possuir a imortalidade, ou seja, é um non sequitur. Mas eu não pretendo discutir sobre divindade de Cristo pois isso abriria um outro debate sobre um outro tema.

    Também não vejo como isso possa ser reencarnação, pois reencarnar significa "encarnar de novo". Quando Cristo veio a terra houve encarnação, e não "reencarnação".

    Há textos bíblicos que sugerem que a sepultura (ou a própria terra em si) é chamada de "profundezas", e até mesmo há muitos que interpretam que pelo termo "profundezas da terra" significa a própria terra em si, que fica em oposição ao céu (de cima, onde Cristo veio). Você pode considerar isso também uma figura de linguagem ou uma hipérbole, mas isso não implica em estar falando do "centro da terra" ou algo do tipo.

    Abraços.

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  9. Lucas, você comete a falácia que todo trinitário adora cometer: "Por mais que você não creia na divindade de Cristo"! E quem disse que não creio na Divindade que habita corporalmente nosso Senhor? Isso quem está afirmando é você e não eu. Certamente não estou aqui para debater sobre a pessoa de Cristo. Então, como você define essa "encarnação" sem cair numa visão imortalista E não estou dizendo que Cristo reencarnou, mas estou apenas afirmando o principio básico do espiritismo, ou seja, que um espírito pode encarnar. Claro, sua apelação é simplesmente dizer que Jesus é Deus. Mas isso não explica necessariamente a questão uma vez que tal ponto é muito discutível. Como um Deus Pleno-Todo-Poderoso pode simplesmente deixar de existir numa sepultura? Claro, você irá dizer que foi apenas a parte humana de Cristo. Bem, não isso que escritura diz. Mas vou deixar pra lá. Outro ponto. Estou atualmente lendo um livro de Teologia de Ralph L.Smit e muitos artigos de Michael S. Heiser, Phd na Bíblia Hebraica e línguas semíticas etc. E o que eles falam sobre a concepção do antigo Israel sobre o Sheol (historicamente) não é bem essa questão de ser meramente um túmulo. Eu quase me tornei um mortalista, acreditando o que o antigo Israel de fato não possuía nada sobre uma vida-póstuma. Antes de tudo, quero deixar claro que rejeto completamente a interpretação imortalista sobre II Co.5.1-5 e Filipenses 1:23 ( e muitas outras passagens) e também a ideia de os ímpios serão atormentados eternamente etc. Michael S. Heiser, Phd deixa bem claro as muitas razões de Sheol ser dito como um lugar mais profundo em contraste com o céu. Aliás, não é meramente um "profundo" no sentido de "cova rasa" pois o hebraico denota algo bem mais profundo, além de um túmulo qualquer. O mesmo acontece com o grego "as partes mais baixas da terra" ou "coração da terra". No salmo citado, o ventre de uma mulher é chamado simbolicamente de "profundezas da terra". Porque será? Por ser algo externo, fora da barriga, na superfície ou porque é algo misterioso, profundo e central tal como o Sheol? Cara, tenho várias perguntas e confesso que venho lendo seus artigos todos os dias (tenho seu livro no meu celular em pdf), mas ao lado, venho lendo também artigos de grandes estudiosos. Quero ver os dois lados da moeda antes de tomar qualquer desição. Não perco meu tempo vendo sites como o CACP e "imortalidadedaalma.com", pois só sabem fazer leituras superficiais de tais textos. Gosto de algo mais histórico e profundo nas línguas. Olha, eu não tenhop dúvidas quanto ao aniquilacionismo final dos impios, eu li o livro de samuele bacchiocchi e achei bastante imprecionante sua abordagem. Eu só tenho muitas dúvidas a respeito do "AGORA" após a morte e da natureza da alma, dos termos sheol/hades... Depois quero lhe fazer algumas perguntas se não for incomodo.

    Obs: Sei que os termos alma/carne/coração/ etc., são termo intercambiáveis e qualquer uma dessas palavras pode denotar uma parte da pessoa ou um todo. Mas minha dúvida maior é quanto a Mateus 10:28. Eu li seu estudo sobre está passagem que é também abordado no livro de samuele bacchiocchi, mas não chegaram de fato a resolver o cerne o problema.

    Eu penso o seguinte, a alma pode ser "imortal" e ainda sim pode ser destruída por Deus, pois dizer que Deus não pode destruir algo que ele criou é a mesma coisa de dizer que ele não é onipotente. Também acho uma falácia quando dize: "Se a alma perece no inferno, logo ela não é imortal". Bem, ela pode ser imortal, e ainda sim Deus pode destruí-la por completo. O Diabo é um espírito que por natureza é "imortal" (derivada), mas ainda sim Deus irá destruí-lo.

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  10. Olá, novamente.

    Como eu disse, não vou discutir aqui sobre natureza de Cristo, trindade, divindade, etc. Este site não é para isso. Há outros sites em que você pode debater sobre este assunto, principalmente os do Marcelo Berti, que é especialista neste tema. Vou comentar aqui somente no que tange ao estado intermediário, em especial, sobre o significado de Hades/Sheol.

    É necessário distinguir entre o que os judeus criam ANTES da diáspora e o que eles passaram a crer DEPOIS da diáspora. Antes do período intertestamentário os judeus não criam em nenhuma imortalidade da alma.

    A grandemente respeitada Enciclopédia Judaica, em seu artigo referente à “Imortalidade da Alma”, declara explicitamente:

    "A crença de que a alma continua existindo após a decomposição do corpo é uma especulação... que não é ensinada expressamente na Sagrada Escritura... A crença na imortalidade da alma chegou aos judeus quando eles tiveram contato com o pensamento grego e principalmente através da filosofia de Platão (427 - 347 a.C.), seu principal expoente, que chegou a esse entendimento por meio dos mistérios órficos e eleusianos, que na Babilônia e no Egito se encontravam estranhamente misturados" (Enciclopédia Judaica, 1941, vol. 6, "A Imortalidade da Alma", pp. 564, 566)

    A Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional também revela que os israelitas não criam na imortalidade da alma antes de serem tardiamente influenciados por Platão:

    "Quase sempre somos mais ou menos influenciados pela ideia grega platônica, que diz que o corpo morre, mas a alma é imortal. Tal ideia é totalmente contrária à consciência israelita e não é encontrada em nenhum lugar do Antigo Testamento" (Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional, 1960, vol. 2, "Morte", p. 812)

    O Dr. Samuelle Bacchiocchi, PhD pela Pontifícia Universidade Gregoriana (católica) e autor do estudo mais aprofundado sobre a constituição da natureza humana já escrito até hoje, acrescenta:

    “Durante esse período inter-testamentário, o povo judeu esteve exposto, tanto em seu lar, na Palestina, quanto na diáspora (dispersão), à cultura e filosofias helenísticas (gregas) de grande influência. O impacto do helenismo sobre o judaísmo é evidente em muitas áreas, inclusive na adoção do dualismo grego por algumas obras literárias judaicas produzidas nessa época” (BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição: Uma abordagem bíblica sobre a natureza e o destino eterno. Unaspress, 1ª edição, 2007)

    Como sabemos, essa época da diáspora judaica se deu exatamente no período helenístico, onde os gregos impunham sua cultura aos povos conquistados:

    “Designa-se por período helenístico (do grego, hellenizein – ‘falar grego’, ‘viver como os gregos’) o período da história da Grécia e de parte do Oriente Médio compreendido entre a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C e a anexação da península grega e ilhas por Roma em 146 a.C. Caracterizou-se pela difusão da civilização grega numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava” (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Período_helenístico)

    Durante o período helenista foram fundadas várias cidades de cultura grega, e dentre elas destaca-se Alexandria, que era uma espécie de “centro do helenismo”, com forte concentração da cultura grega. Muitos judeus foram dispersos para essa cidade. Um dos judeus helenizados que começaram a propagar fortemente a imortalidade da alma foi Filon, sobre quem a Enciclopédia Judaica afirma:

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  11. “Não há referências diretas na Bíblia para a origem da alma, sua natureza e sua relação com o corpo, e essas perguntas deram espaço para as especulações da escola judaica de Alexandria, especialmente de Filon, o judeu, que procurou na interpretação alegórica de textos bíblicos a confirmação de seu sistema psicológico. Nos três termos (‘ruach’, ‘nephesh’ e ‘neshamah’) Filon viu a corroboração da visão platônica de que a alma humana é tripartite (τριμεής), tendo uma parte racional, uma segunda mais espiritual, e uma terceira como sendo a sede dos desejos” (Enciclopédia Judaica, 1941, “Alma")

    Essa crença grega foi originalmente rejeitada pelos judeus da palestina, como atesta a Enciclopédia Judaica citando o Talmude:

    “Essa crença foi rejeitada pelos estudiosos do Talmude, que ensinaram que o corpo está em um estado de perfeita pureza (Ber. 10a;. Mek 43b), e está destinado herdar sua morada celestial (...) Os rabinos afirmaram que o corpo não é a prisão da alma, mas, ao contrário, o seu meio de desenvolvimento e aperfeiçoamento” (Enciclopédia Judaica, 1941, “Alma")

    Por isso mesmo, nada é dito na Enciclopédia Judaica sobre os judeus crerem que a alma é um elemento imaterial e imortal antes dessa helenização com as teses gregas. Ao contrário, ela diz claramente:

    “Uma vez que a alma é concebida como sendo apenas a respiração (‘nephesh’, ‘neshamah’, comp. ‘anima’), e inseparavelmente ligada, senão identificada, com o sangue da vida (Gn 9:4; 4:11; Lv 17:11), nenhuma substância real pode ser atribuída a ela. Assim, quando o espírito ou sopro de Deus (‘Nishmat’ ou ‘Ruach Hayyim’), que é o que se acredita que mantém corpo e alma juntos, tanto dos homens como dos animais (Gn 2:7; 6:17; 7:22; Jó 27:3), é retirado (Sl 146:4) ou retorna a Deus (Ec 12:7; Jó 34:14), a alma desce ao Sheol ou Hades, para lá ter uma sombria existência, sem vida e consciência (Jó 14:21; Sl 6:5; 115:7; Is 38:19; Ec 9:5; 9:10). A crença em uma vida contínua da alma, que é a base da primitiva adoração aos antepassados e dos ritos de necromancia, praticados também pelo antigo Israel (1Sm 28:13; Is 8:19), foi desencorajada e suprimida pelo profeta como antagônica à crença em YHWH, o Deus da vida, o Governador do Céu e da Terra” (Enciclopédia Judaica, 1941, vol. 6, "A Imortalidade da Alma", pp. 564-566)

    E sobre o significado original de “espírito” entre os judeus da época do Antigo Testamento, ela declara:

    “O relato mosaico da criação do homem fala de um espírito ou fôlego com que foi dotado por seu Criador (Gn 2:7), mas esse espírito é concebido como sendo inseparavelmente ligado, senão totalmente identificado, com o sangue da vida (Gn 9:4; 4:11; Lv 17:11). Somente através do contato dos judeus com o pensamento persa e grego surgiu a ideia de uma alma desencarnada, tendo sua própria individualidade” (Enciclopédia Judaica, 1941, “Alma")

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  12. Sobre suas outras considerações sobre Sheol/Hades, eu recomendo fortemente este artigo, escrito por mim em meu outro blog:

    http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/07/o-sheol-hades-e-uma-morada-de-almas.html

    Sheol não tem como significado único "túmulo", talvez seja este o erro principal de alguns mortalistas. Sheol também pode significar meramente "morte", ou "sepultura" em sentido coletivo, ou "pó", ou "profundezas". Isso segundo os próprios imortalistas, diga-se de passagem (como atesta a própria nota de rodapé da Bíblia de Estudos NVI).

    Sobre Mateus 10:28, é o contexto que mostra que Deus não apenas "pode" matar a alma, mas de fato a mata caso a pessoa conscientemente decida viver longe de Deus. Primeiro, porque o texto é um paralelo entre os homens, que "podem" matar o corpo. Mas os homens não apenas "podem" matar o corpo, mas de fato matam (onze dos doze discípulos foram martirizados nas mãos de homens). Se os homens "podem" e de fato "matam", então Deus também não apenas "pode", mas também "executa" aquilo que pode, visto que o texto está traçando este paralelo. Em segundo lugar, se o texto estivesse dizendo que Deus apenas "pode" matar, mas que não mata, o texto perderia a força e o sentido, pois estaria dizendo isso na prática:

    "Não temam aqueles que de fato matam o corpo e não a alma, mas temam antes aquele que de fato não mata nem o corpo nem a alma..."

    Para o texto ter sentido, é preciso que Deus mate MAIS do que o homem é capaz de fazer, ou seja, que Deus dê um fim completo à existência na segunda morte (enquanto os homens só podem trazer um fim de existência à primeira morte, ou seja, temporariamente).

    Abraços!

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  13. Olha, eu sei que tais citações da enciclopédia Judaica expressa bastante sua opinião a respeito do assunto, mas eu preferia que você tivesse comentado de forma mais natural os pontos que toquei em vez de só lançar um monte de citações. Aliás, eu conheço bem tais citações e já li tudo o que pode ser dito sobre Sheol ou Nefesh nessa enciclopédia e muitas outras. Mas a questão é muito relativa e nem todos os estudiosos do antigo israel estão em comum acordo sobre eles ter tido ou não uma noção de vida-após-a-morte. Eu concordo com o fato que o Antigo Testamento não possui uma ideia sistemática e organizada sobre a vida após a morte da mesma maneira como era concebido pelos gregos. E concordo que tal perspectiva não era algo tão claro assim. Concordo também que eles não possuíam uma noção platônica sobre o assunto, e muito menos da maneira como a tradição cristã pensa hoje.


    A ideia é bastante vaga nas paginas do Antigo Testamento. Entretanto, isso não muda o fato que alguns pontos no A.T parece fazer alusão a tal ideia. Se você lesse o livro "Teologia do Antigo Testamento" de Ralph Smith, entenderia o que eu quero dizer sobre tais pontos que fazem alusão a essa crença. De fato, eu concordo que a noção que temos sobre a alma, aliás, a tradição, tal como concebemos hoje, é oriundo do platonismo. Agora, sobre Sheol, eu discordo completamente que este deva ser entendido como "sepultura", noção tal que veio graças a traduções errônea que assim entenderam. Sheol também não significa "morte", como se quisesse expressar apenas "condição".


    Esse é pressuposto assumido por alguns estudiosos. Mas como tal, é apenas um pressuposto sem necessariamente embasamento gramatical sólido e definitivo. Sheol foi pensando para está "nas partes mais baixas da terra" e não uma condição. Aqueles que descem ao sheol são vistos como tendo uma "existência sombria e atenuada", mas não necessariamente apagadas, extintas definitivamente, a própria palavra hebraica que acentua tal existência sombria e atenuada é "repha'im" (sombras, fantasma), palavra hebraica derivada do ugarítico rp’i, que denota essa ideia.

    Outro ponto, Sheol nenhuma vez foi traduzido na LXX pelo termo grego para "sepultura" (mnema). No Novo Testamento, encontramos mais três palavras que se referem à sepultura, taphos, mnema, e mnemeion, nenhuma delas é usada como tradução para "Sheol" ou "Hades". Hades também não significa "sepultura", mas literalmente "o invisível", conceito que não se aplica a uma sepultura.


    Quanto a Mateus 10.28 você parece que não entendeu meu ponto e o eu quis dizer no comentário anterior. Mesmo se alma fosse imortal, não haveria razão para não crer que Deus não pudesse destruí-la. Deus pode destruir a alma por completo no Geena, e ele vai literalmente fazer isso, corpo e alma (creio nisso). O corpo e a alma não irão ficar queimando eternamente como crer a maioria dos imortalistas. Mas a questão é: Por os homens não podem matar a alma, mas apenas o corpo? Claro que BACCHIOCCHI vai argumentar que 'alma" aqui denota "vida eterna", que os homens podem matar apenas o corpo, mas não pode "matar a vida eterna" prometida. É uma interpretação boa, mas cheia de buracos, pois se Jesus estava falando de vida eterna, quando mencionou "alma", porque ele não usou 'zoe aionios' (vida eterna)?

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  14. Ola irmãos. Comparemos se um versículo tem sintonia com os outros. Eclisiastes9 :5 diz q os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tao pouco terao eles recompensa(até q venha o Dia do Senhor)mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. versiculo 10 ... na sepultura para onde tu vais, nao a obra nem projeto nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
    Daniel 12:13 descansa e levante no fim dos dias para receber sua recompensa.
    1 Tessalonicenses 4:15,16 nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem.Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.
    17 Depois nós, os que estivermos vivos. COMO OS MORTOS EM CRISTO, NÓS OS VIVOS NO GRANDE DIA NAO TEREMOS VANTAGEM, NEM ELES(MORTOS), TUDO SERÁ IGUAL PARA TODOS.
    Não há pensamento ou obra segundo eclesiastes no mundo dos mortos. PENSEM NISTO

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    1. Gostaria de citar uma passagem que pode trazer luz ao tema.
      Muitos citam a passagem do ladrão da cruz como porva da imortalidade da alma, mas tal pessoa não poderia ter ido para o Paraíso, pois, segundo Apocalipse, lá está a árvore da vida (Ap 22:2). De sorte que, segundo esse pensamento, o ladrão já teria acesso à tal árvore e, consequentemente, à imortalidade, não necessitando mais de ressurreição (desqualificando totalmente a obra de Cristo).
      Se, como dizem alguns teólogos imortalistas, a ressurreição não tem qualquer importância em termos de imortalidade (pois os mortos já a receberam no Paraíso, onde estariam), o que dizer de 1 Co 15: 17,18?
      "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo ESTÃO PERDIDOS" (1 Coríntios 15:17,18).
      Em 1 Co 15:12-32, percebemos que alguns crentes de Corinto estavam duvidando da existência da ressurreição.
      Paulo, então, passa a lhes apresentar uma série de conclusões que naturalmente se extrairiam dessa falsa alegação, dizendo que, se os mortos não ressuscitam, logo:
      1 - Nem sequer Cristo ressuscitou (v.13);
      2 - É vazia a nossa pregação (v.14);
      3 - É vã a nossa fé (v.14);
      4 - Somos falsas testemunhas de que Cristo foi ressuscitado (v.15);
      5 - Ainda estamos nos nossos pecados (v.17);
      6 - Ainda estamos na condenação do pecado (v.17);
      7 - Também os que dormiram em Cristo já pereceram (v.18);
      8 - A nossa esperança seria somente para esta vida (v.19);
      9 - Somos os mais dignos de compaixão (v.19);
      10 - Sofremos adversidades à toa (v.30); e
      11 - O melhor a fazer seria viver a vida hedonisticamente (v.32).
      Isso nos mostra que, na visão paulina, não existia nenhuma forma de vida racional entre a morte e a ressurreição. Por isso, se não existisse ressurreição, seria o fim de tudo (cf. 1Co.15:18,19; 15:30,32).
      Vale a pena lembrar também que, se existisse uma alma imortal em nós, então o fato de Cristo ter ou não ressuscitado nos garantiria de qualquer jeito uma vida póstuma por meio dela, ainda mais quando, de acordo com a teologia imortalista, os que morreram antes de Cristo já estariam com vida em algum lugar, e, portanto, não poderiam ter “perecido” como mostra o verso 18 (ou seja, já obteriam uma vida póstuma contrariando o que indica o verso 19.
      Para os imortalistas, os justos que morreram antes da ressurreição de Cristo já tinham suas almas conduzidas ao Céu ou ao Seio de Abraão, a um lugar de paz e descanso, e, portanto, o fato de Cristo ter ressuscitado ou não seria elementar, pois vida póstuma antes da ressurreição aconteceria de qualquer jeito.
      Neste caso, Paulo também não teria dito que os mortos sem a ressurreição de Cristo já teriam PERECIDO ou estariam perdidos, mas teria dito que ficariam para sempre no Céu ou no Sheol (o que não deixaria de ser um prêmio, ao invés de uma perdição, como ele diz claramente no verso 18).
      Deus vos abençoe.

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  15. “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?” (cf. Efésios 4:8,9)
    Essa mesma expressão foi primeiramente usada por Davi; descia de Jerusalém vencia os inimigos e subia levando cativo o cativeiro, ou seja, subia triunfante e levando despojos? É isso que o texto diz?
    Salmos: 68. 15. Monte grandíssimo é o monte de Basã; monte de cimos numerosos é o monte de Basã! 16. Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com inveja o monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará nele eternamente. 17. Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor está no meio deles, como em Sinai no santuário. 18. Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.
    Vamos utilizar, porém, uma tradução mais fidedigna do Salmo 68:18 עלית למרום ׀ שבית שבי לקחת מתנות באדם ואף סוררים לשכן ׀ יה אלהים׃
    OU SEJA:
    “Tu subistes ao lugar alto, levando presos os cativos, recebendo homens como despojos bem como todos os que se rebelam à habitação do Senhor D-us” Tradução interlinear da Hebrew Study Bible.

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  16. O Salmo 68 é todo ele uma exaltação a YHWH, exaltação de todos as maravilhas feitas a Israel desde a saída do Egito até o tempo dos profetas, mas tais maravilhas foram feitas por D-us à Israel bem como por meio de Israel, sendo assim existem menções implícitas no texto à personagens da história de Israel como aos Juízes Débora e Gedeão, aos reis David e Salomão, aos profetas Elias e Eliseu, bem como menções dos tempos de Acab e Ezequias e de lugares específicos como o monte Sinai, Colina de Siquém e o Monte Sião.
    Com este entendimento de correlação de personagens da historia de Israel com o ritmo das estrofes musicais do Salmo 68, é que entramos no assunto de definição de quem é o sujeito da frase do verso 18, chegamos a conclusão de que o sujeito do verso 18 é David que ascendeu e estabeleceu a morada do Senhor no lugar alto chamado Sião, após longas batalhas onde tomou cativo os inimigos pelo caminho os prendendo e os levando como despojos de guerra, principalmente aos que se rebelavam com a presença dele bem como conseqüentemente a presença da habitação do Senhor D-us naquele lugar.
    Vemos portanto que o pronome Tu não pode ser referência ao próprio D-us, mas sim aquele que se fez ferramenta na mão do Senhor para imputar juízo aos povos habitantes de Sião, assim com Jesus\Yeshua o fez num plano espiritual e profético.
    Seguindo na argumentação gramatical se o Tu fosse o Senhor a referência à habitação teria que ser a “sua” habitação e não a habitação do Senhor que comprova ao menos gramaticalmente que o sujeito do inicio da oração é outro e não o Senhor D-us.
    A passagem citada por Paulo em Efésios não é um citação direta mais sim um paralelismo de termos muito recorrente em explanações rabínicas, sendo Paulo um rabino expoente em seu tempo ele se utiliza destes métodos e assim neste caso ele evoca a passagem de Salmos 68:18(19) apenas para esclarecer dois termos, a saber, “subiu“, e “concedeu“, este ultimo nem esta no original hebraico, que é uma reversão do termo “recebeu”, assim ele faz uma Midrash* em termos de Salmos e não uma citação direta.
    Mas isso não quer dizer que Paulo errou ao citar as Escrituras pois ele não a faz de forma didática direta mais sim de forma midrashica indireta, pois ele apenas quer comparar a obra de Jesus\Yeshua à obra de David, mostrando que David teve que subir a Sião para estabelecer a habitação do Senhor D-us, levando os opositores cativos tomando deles seus despojos, enquanto que Jesus\Yeshua teve que subir da sepultura para nós pudéssemos receber o dom de sermos nós mesmos a habitação de D-us em Espírito, assim como também por este sacrifico de Jesus\Yeshua de ir para a sepultura mas mais precisamente por ele ter ressuscitado, é que podemos ter a confiança de que como o contexto do capitulo 4 todo podemos ser um só corpo bem ajustados em amor e entendimento cuja a Cabeça é o Mashiach.
    Portando, o texto não fala de forma alguma, que Jesus\Yeshua levou os salvos que morreram antes da morte de Jesus\Yeshua ao paraíso!
    Agora se os homens quiserem descontextualizar tudo, dá pra ter até et aí.

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  17. boa noite concordo com vc Lucas e creio assim, que quando jesus morreu foi ao paraiso e nao ao inferno ou e nos deu o don da vida para que nós que mereciamos sim o inferno ao morrermos venhamos estar no paraiso

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  18. Não são todos os imortais tas que crêem que Cristo foi ao inferno. Só aqueles que querem acrescentar algo que n existe. Creio na imortalidadd da alma, e esse texto n desaprova essa crença...

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  19. A paz o que o Apostolo quis dizer 1Pe 3.19

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    1. Veja aqui:

      https://www.youtube.com/watch?v=oijZhReKWIo

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    2. Esta é a minha posição sobre essa passagem: https://www.youtube.com/watch?v=7iuvp2SxZ0Y
      Deus te abençoe!!!

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