“Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (cf. 1ª Tessalonicenses 4:18)
Paulo responde a várias perguntas dos tessalonicenses que foram feitas a ele sobre a vida pós-morte, e lhes dá uma palavra de conforto, a qual ele diz para consolar-vos uns aos outros com essas palavras. Mas qual foi essa consolação? A consolação de que os que morreram já estão todos no Céu e desfrutando da glória ou a esperança de que um dia todos os mortos iriam ressuscitar? O contexto todo aponta para a segunda alternativa:
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem” (cf. 1ª Tessalonicenses 4:13-15)
O contexto é totalmente voltado para a esperança da ressurreição dentre os mortos. A pergunta que incomoda os imortalistas é: por que razão Paulo não consolou os tessalonicenses dizendo que os mortos já estavam no Céu, mas em momento nenhum disse isso e trouxe como única esperança de consolo a ressurreição dentre os mortos? Por que razão Paulo iria ocultar uma verdade tão fundamental e importante que é tão insistentemente ensinada pelos imortalistas quando eles falam "com respeito aos que dormem"?
Por que quando um imortalista fala sobre os que já morreram nunca hesita em mencionar que os tais já estão salvos no Céu, mas Paulo, ao contrário, omite isso e cita apenas a ressurreição como fonte de consolo? Se os mortos já estão com Cristo, o que custava ele ter consolado os tessalonicenses com essa palavra, e não frisar apenas na ressurreição? Por acaso um imortalista comum costuma consolar alguém que tem um ente querido morto destacando apenas e tão somente a ressurreição, sem fazer qualquer alusão de que tal pessoa já esteja no Céu? Como bem destacou o Dr. Samuelle Bacchiocchi:
“Se Paulo realmente cresse que ‘os mortos em Cristo’ não estavam de fato mortos nas sepulturas, mas vivos no céu como almas desincorporadas, teria se aproveitado de sua bendita condição no céu para explicar aos tessalonicenses que a lamentação deles era sem sentido. Por que lamentar por seus amados, se estavam já desfrutando as bênçãos celestiais? A razão de Paulo não lhes dar tal encorajamento é, obviamente, o fato de que sabia que os santos adormecidos não estavam no céu, mas em suas sepulturas”[1]
Paulo foca-se inteiramente na esperança da ressurreição ao consolar os tessalonicenses sobre os seus parentes já falecidos. Quanta diferença para os dias de hoje, em que a consolação é sempre voltada ao “fato” de que a pessoa supostamente “já está na glória”, e a ressurreição (que é tomada como sendo apenas a adição de um corpo) virou um simples e mero detalhe! Para Paulo, contudo, a única esperança para o cristão que hoje descansa é a ressurreição (cf. 1Ts.4:18).
Dito em termos simples, Paulo consolou os tessalonicenses dizendo: "Não se entristeçam como os demais que não tem esperança, pois nós temos uma esperança: de que os mortos irão ressuscitar quando Jesus voltar"! Um imortalista, no lugar de Paulo, teria dito: "Não se entristeçam como os demais que não tem esperança, pois os que morreram já estão desfrutando das bênçãos paradisíacas do Céu". A diferença entre ambas é gritante, pois uma tem seu foco na ressurreição, enquanto outra sobrepõe a ressurreição com um ensino estranho às Escrituras, que deixa sem sentido a esperança de ressuscitar, já que os que morreram já estariam com Cristo.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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[1] BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição: Uma abordagem bíblica sobre a natureza e o destino eterno. Unaspress, 1ª edição, 2007, pg. 136.
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