Uma passagem que tem sido usada com certa frequencia pelos imortalistas é a cena que ocorreu no monte da transfiguração, acontecimento este registrado em Mateus 17:1-8, em Marcos 9:2-8 e em Lucas 9:28-36, onde Elias e Moisés aparecem vivos a Pedro, Tiago e João, e conversam com o Senhor Jesus no monte. Mas como isso pôde ter ocorrido de fato, se, como vimos, os mortos só voltam à vida através da ressurreição? Isso levou alguns imortalistas a conjecturarem que foram almas incorpóreas que desceram do além e se apresentaram a Cristo e aos três discípulos naquela ocasião, e que isso seria “prova” da sobrevivência da alma após a morte. Seria isso verdade? É isso o que vamos descobrir agora.
Elias – Que Elias apareceu no monte, isso não apresenta problema nem contradição alguma, uma vez que Elias não passou pela morte, não necessitando assim de uma ressurreição. Elias foi transladado vivo: “E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho” (cf. 2Rs.2:11).
Moisés – Quanto a Moisés, a Bíblia relata a morte dele (cf. Dt.34:5), como também relata a vivificação dele. À luz dos fatos bíblicos que nos norteiam, vemos que Moisés estava corporalmente no monte da transfiguração, e não como um espírito incorpóreo. Isso fica nítido a partir da leitura do próprio relato dos textos bíblicos que os imortalistas fingem conhecer quando formulam este argumento. Pedro, por exemplo, sugeriu a construção de três tendas, incluindo uma para Moisés:
“Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias” (cf. Mateus 17:4)
A palavra aqui traduzida por “tenda” é o grego skene, que, de acordo com o léxico da Concordância de Strong, significa:
4633 σκηνη skene
aparentemente semelhante a 4632 e 4639; TDNT - 7:368,1040; n f
1) tenda, tabernáculo, (feito de ramos verdes, ou peles de animais, ou outros materiais).
2) do bem conhecido templo móvel de Deus, a partir do modelo do qual o templo em Jerusalém foi construído.
Essa palavra denota, portanto, um objeto físico, e não algo imaterial. Ora, é inadmissível construir tenda para um espírito, que seriam seres imponderáveis, fluídicos, abstratos e não-físicos, conforme a crença popular imortalista. Isso por si só já define a questão e nos permite chegar a conclusão de que o Moisés que apareceu no monte não foi um espírito incorpóreo que aguardava em algum estado intermediário, mas alguém com corpo físico, assim como estavam Elias e Jesus, doutra forma Pedro teria sugerido construir duas tendas, e não três. Se Pedro estivesse contemplando algum “espírito” ou cresse que a aparição de Moisés só poderia se dar em forma de alma descorpórea – como pensam os imortalistas – não teria dito para construir uma tenda para Moisés.
Além disso, a construção de tendas leva a crer que Pedro pensava que eles iriam passar um bom tempo ali, ao ponto de “acamparem” no local, de passarem a noite ali. Se ele pensasse que fosse apenas uma aparição rápida, durante apenas alguns minutos, não haveria a necessidade de tendas. Isso aponta que Pedro pensava que os três (Jesus, Elias e Moisés) iriam passar a noite ali, e por isso se fazia necessário a construção de uma tenda para cada um. Neste ponto a crença de que Moisés estava no monte em espírito também é colocada em xeque, pois um espírito não dorme, e o apóstolo não iria pensar que um espírito incorpóreo precisasse de uma tenda para passar a noite e dormir.
Se ele sugeriu a construção de três tendas, incluindo uma para Moisés, significa que ele sabia que Moisés estava fisicamente presente, e que por isso precisaria de uma tenda para passar a noite e descansar. A teoria de que Pedro não conseguiu identificar se Moisés estava ou não encarnado é facilmente refutada pelo fato de que ele, assim como os demais discípulos que ali estavam, falavam face a face com Jesus, que estava ao lado de Elias e Moisés. Se eles estavam tão próximos uns dos outros, ao ponto de saber quem era quem e de poder conversar com quem ali estava, é óbvio que ele também teria a percepção de Moisés estar corporalmente ali ou se estava apenas em espírito. E Pedro claramente identificou como estando corporalmente.
Os imortalistas aqui pretendem ser melhores que Pedro. Eles não estavam no monte e estão convencidos de que Moisés estava em forma de espírito incorpóreo, e acham que Pedro, que estava no monte, estava errado! Será que devemos acreditar no apóstolo Pedro, que estava no monte e presenciou tudo aquilo, demonstrando que Moisés estava com corpo físico, ou deveríamos acreditar nos imortalistas, que não estavam no monte e mesmo assim querem nos convencer de que Pedro estava enganado e que quem está certo são eles? Devemos confiar numa testemunha ocular dos fatos ou em apologistas desesperados em formular um argumento confuso e contraditório? Eu prefiro ficar com a Bíblia!
A Bíblia dá pistas da vivificação de Moisés? – Já vimos que Moisés estava fisicamente no monte, e não como um espírito incorpóreo. Isso por si só já é o suficiente para demonstrar que a alegação imortalista não tem fundamento, pois toda ela se baseia na suposição de que Moisés esteve como um espírito sem corpo. Portanto, que Moisés deve ter passado por uma vivificação para ter aparecido no monte isso é um fato, e não uma hipótese. Se o restante da Bíblia também apoia essa tese, é o que veremos agora. Um texto-chave para a compreensão da vivificação de Moisés é o de Judas 9, que diz:
“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (cf. Judas 9)
Aqui é relatada a cena em que Miguel briga com Satanás pelo corpo de Moisés. Mas para quê o diabo iria querer um cadáver? O que é que o diabo iria ganhar com um simples corpo morto? Evidentemente Satanás queria mantê-lo preso à sepultura, porque cada ressurreição que acontece é um desafio ao seu “império de morte” (cf. Hb.2:14). Sobre isso Cullmann faz excelentes observações:
“A morte como tal é o inimigo de Deus. Pois Deus é a Vida e o Criador da vida. Não é pela vontade de Deus que existe a degradação e a decadência, a mortalidade e a doença, os subprodutos da morte agindo em nossa vida. Todas estas coisas, segundo o entendimento cristão e judaico, decorrem do pecado humano. Portanto, toda a cura que Jesus realizava não envolve apenas trazer de volta da morte, mas também a invasão do domínio do pecado, e foi por isso que, em todas as ocasiões, Jesus disse: ‘Seus pecados estão perdoados’. Não é que exista um pecado correspondente para cada doença específica, mas, em vez disso, assim como a presença da morte, o fato de a doença acometer a todos é uma consequencia da condição pecaminosa de toda a humanidade. Toda cura é uma ressurreição parcial, uma vitória parcial da vida sobre a morte. Este é o ponto de vista cristão”[1]
A morte é considerada o império de Satanás (cf. Hb.2:14), e o maior inimigo de Deus (cf. 1Co.15:26). O ato da ressurreição é o que há de mais ameaçador ao império da morte, exatamente porque traz de volta uma pessoa à vida, porque tira uma pessoa de seu domínio. Morte e ressurreição são dois opostos, dois inimigos. Isso explica o porquê que o diabo estava lutando pelo corpo de Moisés: para retê-lo em seu domínio, para impedir uma ressurreição, que é o que se contrapõe à morte.
Não há sentido em lutar por um simples cadáver se a alma “imortal” já está no Céu. Satanás estava lutando pela permanência de Moisés na morte, em um estado sem vida. O arcanjo Miguel, contudo, lutou contra o diabo pela posse do corpo de Moisés, para que este fosse retirado do domínio da morte e conduzido ao reino de vida da ressurreição. Deste modo podemos compreender perfeitamente tal relato de Judas 9. O que fortalece ainda mais tal ponto de vista lógico é de onde Judas tirou tal fato: de um livro apócrifo chamado de Assunção de Moisés. Norman Geisler discorre sobre isso nas seguintes palavras:
“Este episódio não é encontrado no AT e acontece de ser encontrado num livro apócrifo intitulado A ascensão de Moisés”[2]
A nota de rodapé da Nova Versão Internacional também diz:
“Segundo vários mestres da igreja primitiva, esse versículo baseia-se numa obra apócrifa chamada Assunção de Moisés”[3]
Como vemos, Judas não tirou esse acontecimento “do nada”, não lhe veio à mente de uma hora pra outra ou por uma revelação divina repentina, mas foi tirado de um livro que contextualiza todo este acontecimento que envolveu a briga de Miguel e Satanás pelo corpo de Moisés. Como o próprio título sugere, seria incoerente que a Assunção de Moisés não narrasse uma assunção de Moisés! Este é o tema central do livro, que existia na época de Judas mas se perdeu com o tempo, subsistindo hoje apenas através da tradição oral judaica. Como vemos, o diabo não brigou pelo corpo de Moisés por nada, mas para tentar impedir a vivificação dele, para tentar mantê-lo na morte. Evidentemente cremos que Miguel venceu a disputa com Satanás e que Moisés foi vivificado.
E foi precisamente isso o que possibilitou que ele aparecesse corporalmente no monte da transfiguração: a sua vivificação dos mortos. Os judeus acreditavam na assunção de Moisés, o diabo tentou mantê-lo preso à sepultura, mas Miguel prevaleceu e Moisés voltou à vida, e apareceu no monte da transfiguração ao lado de Cristo e Elias. Isso certamente não significa que todo o livro da assunção de Moisés é inspirado, significa apenas que aquele fato – da ressurreição de Moisés – é uma verdade. Verdade é verdade em qualquer lugar. Os hebreus de sua época acreditavam plenamente em tal fato, e Judas também acreditava nisso, tanto que ele transcreveu para a Bíblia Sagrada a passagem do livro judaico sobre tal acontecimento.
A Bíblia nos apresenta apenas duas únicas alternativas para deixamos de estar no estado de morte (i.e, sem vida). São essas:
(1) Passar pela ressurreição (ser vivificado – 1Co.15:22,23)
(2) Não passar pela morte (ser transladado vivo como nos casos de Elias e Enoque)
Sem passar pela ressurreição não há vida (cf. 1Co.15:18,19; 1Co.15:32), e é evidente que nós seremos ressuscitados na volta de Cristo (cf. 1Ts.4:16; 1Co.15:22,23). A cena da transfiguração do monte não era uma sessão espírita e muito menos uma contradição bíblica. Pelo contrário, das duas únicas pessoas que apareceram com Cristo no monte, uma não passou pela morte e a outra passou pela ressurreição. Contraditório seria se víssemos um “espírito” baixando no monte, vindo do “além”. O erudito bíblico Adam Clarke colocou perfeitamente em suas palavras aquilo que aconteceu no monte da transfiguração, sem fazer absolutamente nenhuma acepção às teses dualistas neste contexto:
"Elias veio do Céu no mesmo corpo com que deixou a Terra, pois fora trasladado, e não viu a morte. (II Reis 2:11). E o corpo de Moisés fora provavelmente ressuscitado, como sinal ou penhor da ressurreição; e como Cristo está para vir a julgar os vivos e os mortos--porque nem todos morreremos, mas todos seremos transformados (I Coríntios 15: 51)--Ele certamente deu plena representação deste fato na pessoa de Moisés, que morrera e então fora trazido à vida (ou aparecera naquele momento como aparecerá ressurreto no dia final), e na pessoa de Elias, que nunca provou a morte”[4]
Por que Elias e Moisés? – Essa pergunta pode não fazer tanto sentido para alguns, mas muitos se indagam do porquê que Cristo escolheu Elias e Moisés para aparecerem no monte, e não algum outro que não tivesse passado pela morte (como Enoque) ou algum outro que fosse temporariamente vivificado, no lugar de Moisés. Porém, a escolha específica de Elias e Moisés não veio ao acaso. Moisés estava representando a Lei, é por isso que a lei é chamada até hoje de “lei de Moisés” (Jo.1:17). Elias, por sua vez, estava ali representando os profetas. Ele é até hoje reconhecido pelo povo judeu como sendo o principal dos profetas que já existiu. E Cristo, por sua vez, representava o Evangelho, a Nova Aliança em que vivemos hoje, da qual ele obviamente é o principal.
Sendo assim, a Lei, os Profetas e o Evangelho estavam sendo representadas nas pessoas de Moisés, Elias e Jesus. Outra representação importante que estava sendo feita naquela ocasião é o meio pelo qual podemos chegar a Cristo. Estava ali Elias, que não passou pela morte, mas foi vivificado em vida. Elias representa ali aqueles que estarão vivos por ocasião do arrebatamento e que não passarão pela morte por ocasião da segunda vinda de Cristo. Do outro lado estava Moisés, que representava o outro grupo, o daqueles que de fato morreram, mas que serão ressuscitados para estarem com Cristo no último dia, que ali na transfiguração estava entre Elias e Moisés, porque estará junto a ambos os grupos na Sua segunda vinda (cf. 1Ts.4:16,17). Assim, tanto Elias como Moisés estavam no monte não por acaso, nem por sorte, mas com toda uma representação importante que ali estava sendo figurada.
Seria uma sessão espírita? – Ademais de tudo isso, se Moisés e Elias estivessem no monte como espíritos incorpóreos, conversando com outros seres em vida, quem deveria estar fazendo a festa neste momento são os espíritas, que creem exatamente nisso. A cena do monte da transfiguração deveria ser considerada como a primeira sessão espírita que já existiu – ou a segunda, se contarmos a interpretação deles de 1ª Samuel 28. Seria impensável, e até mesmo herético, pensar numa coisa dessas. Além disso, se Moisés e Elias (ou um dos dois) eram “espíritos”, como foi que Pedro e os demais discípulos os viram? Pois, de acordo com a concepção popular (espírita e imortalista), espíritos são seres incorpóreos, imateriais, e não físicos. Além disso, como eles falaram com eles? Pois o texto nos mostra uma conversa normal de Jesus com Elias e Moisés, antes de serem interrompidos por Pedro:
“Naquele mesmo momento apareceram diante deles Moisés e Elias, conversando com Jesus” (cf. Mateus 17:3)
Alguns tentam cobrir isso alegando que aquilo ali era uma visão do Reino de Deus, como se eles estivessem tendo uma visão dos céus. Sustentam isso com a afirmação de Cristo, que disse que “alguns dos que aqui se acham não experimentarão a morte antes de verem o Filho do homem vindo em seu Reino” (cf. Mt.16:28). Contudo, notem que Jesus não disse que alguns dos que ali estavam veriam o Reino, mas sim que veriam o Filho do homem vindo em Seu Reino, o que é bem diferente e aduz à volta de Jesus, à segunda vinda de Cristo, quando Ele vier em Seu Reino.
Não se tratava apenas de uma visão comum do Céu, mas de Jesus vindo em Seu Reino. Isso não se cumpriu no monte da transfiguração, mas sim com o apóstolo João, que viu Jesus voltar em Seu Reino nas visões que teve no Apocalipse. Além disso, se naquele momento houvesse ocorrido uma visão celestial do Reino de Deus, como alguns alegam, isso teria ficado muito claro aos discípulos e ao próprio Pedro, que obviamente não iria pedir para construir uma “tenda” se estivessem vendo espíritos no Céu!
É óbvio que Pedro os via de forma natural, no monte, não estava tendo uma visão do Paraíso celestial, e por isso propôs a construção de tendas, uma para cada um, para passarem a noite ali. Tudo aquilo se passou de forma natural, não eram espíritos, não era uma visão celestial, mas era algo real e natural que acontecia no próprio monte.
Finalmente, há também aqueles que alegam (como é o caso das testemunhas de Jeová) que tudo aquilo não passou de uma visão espiritual comum, e não de uma visão do Céu ou do Reino de Deus. Sendo assim, Moisés estaria de fato morto, na sepultura, mas apareceu no monte através de uma visão não-literal que não era um acontecimento real (o mesmo teria acontecido com Elias).
Embora essa visão não ensine a imortalidade da alma, pois sendo meramente uma visão não-literal não indicaria nada se Moisés estaria factualmente morto ou vivo na realidade, ela está longe de ser a mais provável diante dos acontecimentos que nos norteiam, pois todo o contexto parece indicar uma realidade literal, e a própria palavra “visão” aplicada por Mateus em 17:9 é explicada por Lucas como se referindo às “coisas que tinham visto” (cf. Lc.9:36; ver também Mc.9:9), o que passa a ideia de que Jesus usou a palavra “visão” não para se referir a algum tipo de visão extática, mas com relação às “coisas que [os discípulos] tinham visto” (cf. Lc.9:36).
Além disso, dificilmente Jesus estaria literalmente conversando com Moisés e Elias (cf. Mt.7:13) se aquilo tudo fosse apenas uma visão extática ou um arrebatamento de sentidos. Uma comunicação real exige uma presença real de Moisés e Elias no monte. Corrobora com isso o fato de o texto bíblico apresentar o relato de forma bem natural, “enquanto ele (Jesus) orava [literalmente], a aparência do seu rosto se transfigurou [literalmente] e suas vestes resplandeceram de brancura [literalmente], e eis que estavam falando [literalmente] com ele dois homens, Moisés e Elias” (cf. Lc.9:28,29).
Se o contexto todo é natural e é apresentado de maneira natural, dificilmente a aparição de Elias e Moisés seria irreal. Não estamos num contexto de uma parábola aqui, ou de uma simbologia apocalíptica (que é um livro repleto de alegorias), mas de uma descrição natural rodeada de alusões literais. Sendo assim, ainda que se tudo aquilo tivesse sido apenas uma “visão” isso não afetaria em nada a doutrina da mortalidade da alma, essa não é a melhor explicação para a aparição de Moisés no monte.
Cremos que todo o contexto, à luz de todos os fatos, nos deixa claro que Moisés e Elias apareceram corporalmente aos discípulos diante de Jesus, e que isso foi um acontecimento real que exige, portanto, a ressurreição de Moisés em forma corpórea[5].
Refutando objeções – Mesmo com todos estes fatos que deixam claro que tudo aquilo que se passou no monte não serve absolutamente nunca de prova de imortalidade da alma, alguns imortalistas ainda insistem com perguntas que são feitas na tentativa de contrariar este fato. Analisaremos cada uma delas e veremos se realmente refutam algo que foi exposto aqui.
• Jesus é a primícia e primogênito dos mortos. É alegado aqui que Jesus, como a primícia dos que dormem (cf. 1Co.15:22) e o primogênito dos mortos (cf. Ap.1:5), deve ter sido o primeiro a passar pela ressurreição gloriosa adentrando os céus. Mas quem é que nega isso? Nada na Bíblia indica que Moisés tenha tomado o lugar de Cristo ressuscitando gloriosamente ou adentrando os céus. A ressurreição de Moisés que vimos se assemelha muito mais aos vários casos de ressurreição na Bíblia que aconteceram antes da ressurreição de Cristo, como diversos relatos de pessoas ressurretas no AT e no NT (cf. 1Rs.17:17-24; 2Rs.4:25-37; Lc.7:11-15; 8:41-56; Jo.11:11; At.9:36-41; 20:9-11). A diferença entre essas pessoas e Jesus, que faz com que Cristo seja o primeiro mesmo em vista desses casos, é que tais pessoas morreram de novo, ao passo que Jesus foi o primeiro a adentrar os céus gloriosamente.
Moisés foi de fato vivificado para aparecer no monte da transfiguração, mas não adentrou os céus em glória como Jesus, foi uma vivificação temporária, uma tipologia e representação da ressurreição geral dos mortos no último dia, ele “aparecera naquele momento como aparecerá ressurreto no dia final”[6], e não uma ressurreição direto para a vida eterna no Céu. A vivificação de Moisés não contraria nenhum princípio da Palavra de Deus sobre Jesus ter sido o primeiro a ressuscitar gloriosamente para o Céu sem passar novamente pela morte, porque não dizemos que Moisés ressuscitou gloriosamente para o Céu sem passar novamente pela morte. Uma coisa é bem diferente da outra e elas não se misturam para que uma anule a outra.
• Moisés viu a corrupção. Outra coisa que jamais foi negada por mim, visto que não sabemos precisamente quando que Moisés foi ressuscitado por Miguel (a Bíblia relata este fato de modo que podemos ter a convicção de que ocorreu, conquanto não saibamos exatamente quando ocorreu). Moisés não ter visto a corrupção de modo algum é alguma premissa necessária para o fato de que Moisés foi vivificado temporariamente e apareceu com Cristo e Elias corporalmente no monte da transfiguração. Muitos dos que Cristo ressuscitará no último dia terão visto a corrupção em seus túmulos, e obviamente não deixarão de ressurgir por causa disso.
• A ressurreição de Moisés não se encontra nos atos dos heróis da fé. Esse argumento é de todos o mais pobre, na prática se baseia em dizer que, se a ressurreição de Moisés tivesse ocorrido, isso teria sido mencionado pelo autor de Hebreus na descrição dos heróis da fé em Hebreus 11, mas já que não foi então ela não ocorreu! Pasme que ainda formulem argumentos assim, mas em resposta a isso temos que considerar que:
(a) Existem uma infinidade de fatos sobre os heróis da fé que também não aparecem na lista. José, por exemplo, é até hoje lembrado por ter se tornado o governador do Egito, e o segundo maior de toda a terra da época, atrás apenas do Faraó, e isso depois de ter sido desprezado pelos seus irmãos, vendido aos egípcios, se tornado escravo, ser preso e passar por toda uma reviravolta que o tornou aquilo que ele passou a ser. Mas nada disso é dito em Hebreus 11, apenas que “pela fé José, no fim da vida, fez menção do êxodo dos israelitas do Egito e deu instruções acerca dos seus próprios ossos” (cf. Hb.11:22), sem mencionar nenhum dos acontecimentos grandiosos mencionados acima.
Em outras palavras, se um acontecimento importante na vida de um personagem bíblico devesse necessariamente passar pela confirmação da descrição do autor de Hebreus, teríamos que rejeitar todos esses grandes acontecimentos na vida de José e ficarmos apenas com a instrução dos ossos! Ora, se muitas coisas importantes sobre José não foram ditas, bem como muitas coisas sobre outros vários personagens bíblicos, por que com Moisés deveria ter sido dito tudo? Quer dizer que nenhum fato bíblico importante realmente aconteceu a não ser que tenha sido mencionado pelo autor de Hebreus? Não me parece um método exegético confiável.
(b) Elias, que foi arrebatado ao Céu em vida e se encontra lá até hoje (sendo, portanto, algo ainda mais significativo do que a vivificação temporária de Moisés) também não se encontra na lista; aliás, este grande profeta nem sequer figura na lista dos heróis da fé!
(c) Daniel, um dos maiores nomes de todo o AT da Bíblia, sobre quem Deus faz diversas vezes menção de Sua aprovação, e acerca de quem Ele se refere muitas vezes como o “muito amado” (cf. Dn.9:23; 10:11; 10:19), também não aparece na lista.
(d) Sendo assim, a conclusão óbvia a que se chega é que o autor de Hebreus não tinha a finalidade de listar todos os grandes nomes do AT nem mesmo todos os grandes acontecimentos que marcaram aquele período, mas selecionou alguns pela sua própria vontade e deixou outros de fora pela mesma razão, e é infantil considerarmos verdadeiros apenas os fatos que o autor de Hebreus “deixou na lista”. Este é um argumento do silêncio que não prova nada, ou senão teríamos que reformular toda a Bíblia e só ficarmos com aquilo que está escrito em Hebreus 11!
(e) É importante ressaltar que a Bíblia não diz que Moisés ressuscitou em corpo glorificado, pois o primeiro que ressuscitou com corpo glorificado (i.e, para nunca mais morrer) foi Jesus Cristo. A ressurreição de Moisés se equipara aos vários casos de ressurreição temporária na Bíblia, onde as pessoas ressuscitam para viver por algum tempo e depois voltam a morrer. Moisés ressuscitou com o objetivo específico de aparecer no monte da transfiguração, por causa de toda a importante representação que destacamos anteriormente. Com efeito, é incoerente crer que o autor de Hebreus faria questão de destacar a ressurreição temporária de Moisés, se ele não fez questão de fazer isso em nenhum dos outros vários casos de ressurreição temporária descritas na Bíblia (cf. 1Rs.17:17-24; 2Rs.4:25-37; Lc.7:11-15; 8:41-56; Jo.11:11; At.9:36-41; 20:9-11). Por que Moisés teria que ser a exceção?
(f) Finalmente, devemos considerar que o autor de Hebreus não estava registrando todos os feitos importantes, mas vários daqueles que foram obtidos através da fé. É por isso que no começo de cada menção a cada personagem bíblico é antecedido pelo “pela fé”, porque ele estava ressaltando os feitos grandiosos que tais personagens obtiveram através de sua fé, e não por algum outro meio. Ora, Moisés não ressuscitou por sua própria fé, pois os mortos não tem “fé”. Moisés não foi ressurreto por ter exercido fé nisso, até porque estava morto, mas porque Deus o ressuscitou dos mortos – não foi pela fé do próprio Moisés. Consequentemente, o autor de Hebreus não poderia ter dito que “pela fé Moisés ressuscitou para aparecer no monte”, pela simples razão que não foi a fé do próprio Moisés que o reviveu. Para exercer fé é preciso estar em vida, os mortos não tem fé – e esse ponto é de consenso até mesmo entre os imortalistas mais sensatos.
• Miguel não poderia ressuscitar Moisés porque é Deus quem ressuscita os mortos. Ora, se Deus usou pessoas como Elias, Eliseu, Pedro, Paulo e tantos outros seres humanos para ressuscitar mortos, por que razão não poderia ter usado Miguel, um arcanjo (que, portanto, está em posição acima dos próprios homens – cf. Hb.2:7) para isso? Ninguém diz que Miguel ressuscitou Moisés, mas que Deus usou Miguel para ressuscitá-lo, da mesma forma que Ele usou seres humanos em tantas outras ocasiões (cf. 1Rs.17:17-24; 2Rs.4:25-37; Lc.7:11-15; 8:41-56; Jo.11:11; At.9:36-41; 20:9-11), e nem por isso significa que a obra de ressurreição deixou de ser de Deus.
Em conclusão, considerando: (a) o próprio relato do monte da transfiguração que prova que Moisés estava fisicamente presente, e não como um espírito incorpóreo; (b) o fato de Miguel brigar com o diabo pelo corpo de Moisés; (c) o fato de Judas ter retirado isso do livro da Assunção de Moisés que narra tal fato naquele mesmo contexto; (d) o fato de judeus como Judas estarem familiarizados com a realidade da assunção de Moisés; (e) toda a representação que envolvia a escolha direta de Moisés e Elias para estarem no monte; e: (f)a pobreza do nível das contra-argumentações imortalistas; podemos considerar que crer na vivificação de Moisés não apenas é o mais razoável diante dos fatos, mas é a única coisa que explica os fatos.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
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[1] CULLMANN, Oscar. Imortalidade da Alma ou Ressurreição dos Mortos? Disponível em: <http://www.mentesbereanas.org/download/imort-ressur_folheto.pdf>. Acesso em: 20/28/2013.
[2] GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual popular de dúvidas, enigmas e 'contradições' da Bíblia. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1999.
[3] Nota de rodapé na Nova Versão Internacional em Jd.9, p. 2164.
[4] CLARKE, Adam, apud CHRISTIANINI, Arnaldo. Sutilezas do Erro. Casa Publicadora Brasileira, 1ª edição. São Paulo: 1965.
[5] Não estamos dizendo que Moisés ressuscitou em corpo glorificado, apenas que ele ressuscitou fisicamente pelo poder divino. A glorificação de Moisés ocorrerá em conjunto com os demais santos na ressurreição do último dia.
[6] CLARKE, Adam, apud CHRISTIANINI, Arnaldo. Sutilezas do Erro. Casa Publicadora Brasileira, 1ª edição. São Paulo: 1965.
Olá Lucas
ResponderExcluirBom dia
Muito interessante o estudo acima porém tenho algumas dúvidas:
Na passagem do livro de Judas diz que o diabo disputava o corpo de Moisés com o anjo e se a Bíblia diz que foi o corpo parece que foi próximo do momento da morte dele pois se passasse algum tempo o corpo dele viria ossos então se o corpo de Moisés viu a corrupção, a corrupção afetou o corpo dele e em consequência disso o corpo dele iria gradativamente se decompondo até ficar só os ossos então será que o corpo dele foi resucitado logo no período que ele morreu? Mas ai o corpo dele ficaria na terra até o dia da transfiguração? Se um corpo ve a corrupção ele pode ser resucitado sim, porém se Moisés ressucitou no dia da transfiguração o corpo dele pelo tempo já seria ossos a não ser que o corpo dele tenha sido mantido incorruptível de alguma maneira pois foi o corpo que foi disputado.Em Lucas diz que Moisés e Elias apareceram em glória ,se Moisés estava em glória então por que ele ficou na terra tanto tempo e não subiu ao céu? Se quando Moisés foi resucitado ele recebeu glória em seu corpo por que depois da transfiguração dele não foi para o céu junto com Elias ?Será que Moisés depois da transfiguração perdeu a glória e morreu de novo para depois no Grande Dia receber a glória de novo?
Um abraço e felicidades
Luiz
Olá, Luiz, a paz, me desculpe pela demora em respondê-lo, eu estive tendo problemas para entrar na conta do blog.
ResponderExcluirA ressurreição não é do mesmo corpo que temos hoje, senão os corpos que foram cremados nunca ressuscitariam. Ela é do mesmo corpo no sentido de que o corpo glorioso irá preservar as características físicas presentes neste corpo, e a personalidade de cada indivíduo. Eu creio que Moisés realmente morreu, e que seu corpo realmente entrou em decomposição com o tempo, mas isso não impede de Deus ressuscitar Moisés para aparecer no monte da transfiguração, pois é um corpo novo que Deus ressuscita. A diferença básica da ressurreição de Moisés para as outras ressurreições que haverá no dia da ressurreição geral dos mortos é a ressurreição geral irá glorificar os corpos, ou seja, os justos que ressuscitarem estarão com corpos glorificados que não podem morrer nem pegar doença alguma. Moisés, por outro lado, ressuscitou e apareceu no monte em um novo corpo que tinha as mesmas características físicas do anterior, mas não um corpo glorioso que não estivesse sujeito à morte, e sim em um corpo natural, e por isso ele voltou ao estado de morte após o acontecimento e espera, assim como todos os demais santos, a ressurreição geral para ter seu corpo glorificado como todo mundo.
Um abraço e que Deus lhe abençoe!
Olá Lucas
ResponderExcluirBoa tarde
Lucas quanto a demora não se preocupe não tem problema não.
Obrigado pela resposta.
A minha dúvida foi por que o texto em Judas fala em o corpo de Moisés se o corpo dele não era glorificado então entrou em decomposição e pelo tempo que Moisés morreu até o dia da Transfiguração o corpo dele seria não um corpo mas restos mortais e então o texto não deveria usar a expressão restos mortais em vez de corpo? Se Moisés não ressuscitou no dia da Transfiguração ou alguns minutos ou horas próximas ao acontecimento então ele ressuscitou bem antes e o corpo dele ficou vivo ? Pode sim ocorrer a ressurreição depois de muito tempo mas o texto não usa a expressão restos mortais mas sim corpo dando entender que Moisés ressuscitou logo após ter morrido ou pelo menos algum tempo razoável para o corpo dele se manter em uma forma de um corpo.
Um outra questão é referente as passagens Mateus 18:8 e Mateus25:41 e Judas 1:7 que usam a expressão "fogo eterno" seguindo o raciocínio do Dr. Basil Akitson a palavra fogo nesses casos é um substantivo de ação no grego? Se não for como encaixar o raciocínio do Dr. Basil Akitson para demonstrar que o fogo não é eterno?
Um abraço
Lucas
Olá, Luiz.
ResponderExcluirEu não vejo motivos para a Bíblia não usar o termo "corpo" onde seriam "restos mortais", até porque este último termo não aparece em lugar nenhum da Bíblia. Além disso era costume de alguns povos era comum a mumificação, onde o corpo era preservado por milhares de anos. Sabemos que os judeus não tinham esse costume com as pessoas em geral, mas não sabemos como foi o sepultamento de Moisés, que era um líder em especial, que poderia ter tido um tratamento especial por Deus em sua morte. Também não vejo necessidade de entrar em parâmetros temporais para algo que está fora do tempo (chronos). Moisés poderia ter sido ressuscitado alguns meses depois de morrer ou um segundo antes da aparição no monte que tudo não passaria de um milésimo de segundo em um parâmetro temporal, pois se deixa o chronos e vai a kairós, a questão do "tempo" em relação à eternidade é diferente. Deus poderia ressuscitar Moisés e fazê-lo aparecer imediatamente no monte independentemente de quando (temporalmente) que ele foi ressurreto.
Sobre o que o Dr. Atkinson disse, o que eu entendo é que o "eterno" quando relacionado a substantivos de ação diz respeito aos efeitos da ação, enquanto nos outros casos não necessariamente. Fogo não é um substantivo de ação, mas, biblicamente, o termo "fogo eterno" ou "fogo que não se apaga" sempre foi usado para se referir aos efeitos do fogo e não à duração do fogo em si, como nestes textos:
“Os ribeiros de Edom se transformarão em piche, e o seu pó, em enxofre; a sua terra se tornará em piche ardente. Nem de noite nem de dia se apagará; subirá para sempre a sua fumaça; de geração em geração será assolada, e para todo o sempre ninguém passará por ela” (Isaías 34:9-10)
“Mas, se não me ouvirdes, e, por isso, não santificardes o dia de sábado, e carregardes alguma carga, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará” (Jeremias 17:27)
“Diga à floresta do Neguebe: Ouça palavra do Senhor. Assim diz o Soberano, o Senhor: Estou a ponto de incendiá-la, consumindo assim todas as suas árvores, tanto as verdes quanto as secas. A chama abrasadora não será apagada, e todos os rostos, do Neguebe até o norte, serão ressecados por ela. Todos verão que eu, o Senhor, acendi, e não será apagada” (Ezequiel 20:47,48)
“De modo semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades ao redor se entregaram a imoralidade e a relações sexuais antinaturais, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Judas 7)
Em todos estes casos o fogo que caiu não foi "eterno", em sentido temporal. O "eterno" se refere aos efeitos da destruição com fogo, que foi uma destruição irreversível, como será a dos ímpios e pecadores. Então eu diria que a expressão "fogo eterno" na Bíblia, embora não seja um substantivo de ação, é uma exceção à regra geral do cotidiano, à luz dos textos bíblicos.
Grande abraço.
Olá Lucas
ResponderExcluirBom dia
Muito obrigado pela resposta.
1)Quando o anjo disputou o corpo com o diabo foi já para ressuscitá-lo ? Tudo bem que a expressão restos mortais não aparece na Bíblia mas se Moisés viu a corrupção então muito provavelmente o corpo dele se decompos. Caso ele tenha ressuscitado após alguns ou muitos meses ou alguns segundos mas ai seriam os restos mortais e não o corpo e se o anjo quando disputou o corpo foi para ressuscita-lo seria mais lógico o texto colocar o que realmente era.
2) Vamos supor que o corpo de Moisés estivesse bem conservado e que ele tenha ressuscitado após alguns meses. Então temos o chronos e o káiros se Moisés não ficou no chrono então ficou no karios e então ficou na eternidade ? Ficou na eternidade com um corpo não glorificado? Mas até onde eu sei os casos de ressurreição na Bíblia que o corpo não foi glorificado o corpo ressurreto fica no chronos.
3)Em relação aos textos de Ezequiel 20:47-48, Jeremias 17:27 e Isaias 34:9-10 e Judas 7 descrevem o fogo sendo direcionado sobre coisas que não são seres humanos porém em Judas 7 e Ezequiel dá a entender que os seres humanos também sejam afetados mas o foco principal são coisas e não seres humanos e nos textos de Mateus 18:8 e Mateus 25:41 é direcionado para seres humanos sem ser usado um outro tipo de coisas como floresta,ribeiro ou cidades por exemplo.
4)Em Hebreus 9:12 é usada a expressão "eterna redenção" e o substantivo grego para redenção é de ação é eterno e sem fim.
5)Se considerarmos o inferno eterno os seres que lá estiverem sofrerão consequencias eternas e resultados permanentes ou seja as consequencias e os resultados vieram da não aceitação de Cristo e se manifesta ali neles existindo.
Eu tenho uma outra dúvida mas vou postar na parábola do rico e Lázaro para não misturar os assuntos,ok?
Um abraço
Luiz
Olá, Luiz.
ResponderExcluir1) Você prossegue exigindo uma literalidade da expressão "corpo" que simplesmente não é necessária. A expressão "restos mortais" não aparece na Bíblia, assim como não aparece a palavra "cérebro", e no lugar disso os escritores bíblicos costumavam citar outras coisas como exercendo a mesma função que seria a do cérebro. Eu não acho que a expressão "corpo" ao invés de "restos mortais" significa alguma contradição, se esse fosse o caso. Além disso, como me expressei anteriormente, não sabemos as condições em que Deus sepultou Moisés. A Bíblia não afirma como foi. Deus pode ter preservado o corpo de Moisés da mesma forma que os egípcios preservavam os corpos de seus antigos líderes. Se assim foi, a Bíblia nem precisaria colocar "restos mortais", pois seria o próprio corpo mesmo. Por fim, ainda há a possibilidade deste corpo se referir ao corpo espiritual, isto é, àquele que Moisés iria aparecer no monte, e que Satanás estivesse lutando contra isso, tentando impedir tal ressurreição. Por mim são três possibilidades plausíveis e qualquer uma delas poderia responder satisfatoriamente à questão.
2) Mais uma vez você está tratando do tempo na eternidade da mesma forma que trata o tempo aqui na terra, isso simplesmente não é necessário. Por exemplo, se Moisés fosse ressuscitado um mês após sua morte, ele teria, na sua opinião, que esperar mais de mil anos em cronologia terrena em algum lugar até aparecer no monte, mas isso só seria verdade se o tempo na eternidade fosse o mesmo que o tempo terreno. Sendo Deus onipotente e o tempo distinto do nosso tempo, Ele poderia perfeitamente ter ressuscitado Moisés em algum tempo "x" depois de sua morte e feito com que ele aparecesse repentinamente no monte como sendo o próximo acontecimento temporal, como se tempo nenhum tivesse passado entre um acontecimento e outro.
3) Mas qual é a diferença? O fogo eterno não seria eterno em processo se aplicado a cidades, mas seria eterno em processo se aplicado a pessoas? De onde você tirou essa lógica? Jesus estava apenas citando uma linguagem ("fogo eterno") que já era bem conhecida nos tempos do AT, sempre como se referindo aos efeitos do fogo em consequencia de uma destruição completa operada por ele, então para seus ouvintes judeus não havia nenhuma dificuldade em compreender essa linguagem quando aplicada a seres humanos, eles sabiam perfeitamente que era o mesmo processo que ocorreria: seres que eram totalmente destruídos por um "fogo eterno", de maneira completa e irreversível.
4) Exato, é um substantivo de ação. Mas ninguém em sã consciência crê que estamos sendo salvos a cada minuto; a salvação é uma só no tempo, e ela tem um efeito eterno. A redenção não é eterna no processo, mas nos efeitos. Cristo nos salvou uma vez e isso nos tornou salvos para sempre.
5) Por que neles existindo? O ensinamento bíblico unânime é o do aniquilamento dos ímpios. Pedro disse que eles se tornarão cinzas (2Pe.2:6), e a cinza não é eterna, imortal ou consciente para permanecer sofrendo eternamente, a analogia só tem sentido caso ele cresse exatamente no fim da existência, o que seria mais claro do que isso senão a comparação com as cinzas? Há mais de 150 versículos que falam do aniquilamento dos ímpios:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/152-versiculos-biblicos-de.html
Abraços.
http://www.jba.gr/Portuguese/Mois%C3%A9s-e-Elias-na-transfigura%C3%A7%C3%A3o-do-Senhor.htm
ResponderExcluirEste foi o melhor e mais contundente estudo sobre A transfiguração que já vi! Obrigado por esta maravilha! Depois de ser agraciado por este texto atrevo-me a crer que Moisés ressuscitou definitivamente e está junto com Elias e o ladrão da cruz em algum lugar no paraíso... Obrigado pelo maravilhoso estudo!
ResponderExcluir
ResponderExcluirBoa noite Lucas,
Discordo deste pensamento, pois não condiz com o que está em I CO 15:50 " carne e sangue não podem herdar o reino de Deus"
Moisés está morto e ainda não ressuscitou
“Assim, morreu ali Moisés, servo do ETERNO, na terra de Moabe, segundo a palavra do ETERNO. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura. Tinha Moisés a idade de cento e vinte anos quando morreu;“
Elias foi transladado para outra região.
Existiram dois reinos no tempo de Elias:
O reino de Judá- capital Jerusalém, governado por Jeorão, filho de Josafá, Rei de Judá.
O reino de Israel- Capital Samaria, Governado por Jeorão, filho de Acabe, Rei de Israel
Jeorão reinou 8 anos em Jerusalém, conforme observa-se em 2Cr 21:5 e 2Reis 8:17,18
Os reinos dos dois Jeorões terminaram juntos, conforme observa-se em 2Reis 8:25
Na época em que chegou a carta, o profeta já era Eliseu, conforme observa-se em 2Reis 2:1; 3:9-11.
Para onde foi Elias? Carro de fogo ou redemoinho?
Muitos afirmam que Elias foi levado ao Céu num carro de fogo. Seria isto verdade?
Vejamos: “Sucedeu, pois, que, havendo o SENHOR de elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu com Eliseu de Gilgal…E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” (2 Reis 2:1, 11). Na verdade, o papel do carro de fogo foi apenas de separar Elias de Elizeu e ele, na verdade, foi trasladado num redemoinho. O que isto implica: Ora, primeiro que a história de que um carro de fogo levou Elias não está bem contada e segundo que foi num redemoinho, que é formado por ar. Logo Elias não saiu da atmosfera terrestre, pois for a desta, não há redemoinho!
Cerca de dez anos depois de seu arrebatamento o profeta Elias envia uma carta advertindo o rei Jeorão, o que comprova que ele (Elias) ainda estava vivo e na terra, é óbvio.
Obrigado pelos estudos, estou gostando muito, mas se tratando de Moisés e Elias, discordo totalmente.
Muito bom, aprendi bastante e espero que todos que tenham acesso a esse blog sejam iluminados pelo espirito santo. O homem tem tendência a adorar aquilo que vê, imagens esculpidas, natureza, tijolinho, fronha, copo d água etc..., imagine se o corpo de Moises ficasse com o inimigo, provavelmente estariam muitos adorando Moises.
ResponderExcluirDiversas citações bíblicas Romanos 5:14 No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, além das "portas de bronze e trancas de ferro", as chaves de Davi, etc, definem um entendimento espiritual do assunto.
ResponderExcluirSe a bíblia diz que moises apareceu no monte da trasfiguracao como pessoa de carne ...quem somos nós para questinarmos ?
ResponderExcluirPois o mesmo Deus que criou os ceus e a terra ,não seria Deus para trazer do pó da terra as mesmas particulas para formar a Moisés novamente!
Não devemos nos prender à detalhes tão bobos pois se buscarmos a logica de tudo,qual seria a lógica de Deus ter criado tudo em 7 dias!
Ou se crer em tudo ou não se crer em nada!
O que Deus não deixou explícito na biblia, é porque não nos enteressa!
Só discordo de que Moisés morreu novamente após a transfiguração.
ResponderExcluir“aos homens está ordenado morrerem uma só vez vindo depois disso o juízo” (Hebreus 9:27). Moisés foi ressuscitado e continua vivo!
Eu também concordo com você, creio eu que talvez ele tenha sido transladado ou arrebatado.
ExcluirAinda não sei de fato o que aconteceu com Moisés , mais enquanto as outras ressurreição a Lázaro EA do filho da viúva acho que eles morreram depois de algum tempo
ExcluirO escritor bíblico do livro de Hebreus diz: "E TODOS estes (incluindo Moisés), tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa" (Hb 11:39).
ResponderExcluirComo entender que Moisés tenha morrido e ressuscitado diante dessa verdade bíblica?
A promessa é a Jerusalém celestial, não a ressurreição dos mortos.
ExcluirA ressurreição de Moisés foi temporária. Só para entregar ao MESSIAS o legado que tinha de intermediário. Depois voltou a dormir na morte. Do contrário, Moisés é que seria AS PRIMÍCIAS DENTRE OS MORTOS e não O MESSIAS, mas as Escrituras deixa claro que O MESSIAS é que é.
ExcluirQue estudo interessante, a tempos não acreditava que Moisés tivesse ressuscitado, mas tudo agora faz sentido. Elias fisicamente no monte da transfiguração, ao meu ver, representa os profetas, que converge e testificam a Cristo, como ungido de Deus, bem como o arrebatamento da igreja e a ressurreição daqueles que estiverem vivos qdo Jesus aparecer nas nuvens... e Moisés representa a LEI que também converge em Cristo, e a ressurreição daqueles que já morreram, que receberão novo corpo. Quanto ao fato dA carne e sangue não poder herdar o reino dos céus, é o motivo pela qual tanto Elias como Moisés, as duas testemunhas do apocalipse, que como próprio nome diz, testemunharam a Lei, Profetas e a crucificação de Jesus, e estão QUALIFICADOS para testemunhar a vinda do Messias, PRINCIPALMENTE para os Judeus, logo, para cumprir o ofício, terão que descer do céu, E anunciar a vinda do Messias , morrer em praça pública e somente depois é que terão seu corpo DEFINITIVAMENTE ressureto e glorificado, assim como Cristo, Nosso SENHOR e assim adentrar no Reino dos Céus.
ResponderExcluireu entendo que no monte da transfiguraçao eles tiveram uma VISÃO, por exemplo sobre elias e enoque a biblia informa que eles foram transladados, mas de moises é dito que ele morreu. deut. 34-8
ResponderExcluir8 E os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta dias, nas campinas de Moabe; e os dias do pranto no luto de Moisés se cumpriram.
Agora depois de 30 dias DEUS disse :
josue 1
E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
Josué 1:1,2
Deus nao é de confusao se Moises estivesse vivo no céu seria dito como é dito de elias e enoque
Meus irmãos, esta aparição de Moisés e elias na transfiguração é clara. Quando jesus e os discipulos estavam descendo do monte, ele ordenou para que nao contassem a visão para ninguém. A palavra Visao já diz tudo, porque o físico nao pode se manifestar no espiritual. Foi uma visão no âmbito espiritual, e nao Moisés e elias aparecendo fisicamente ali.
ResponderExcluirOla Lucas, me tira uma duvida a respeito da morte dos salvos, no texto acima vc diz: Não há sentido em lutar por um simples cadáver se a alma “imortal” já está no Céu.", e o espirito ? quem vai estar dormindo na sepultura aguardando a ressurreição, o espirito, a alma ? Agradeço a atenção.
ResponderExcluirO espírito não é um ser consciente e pessoal, é apenas o fôlego da vida que nos faz respirar, nada a mais que isso. Veja esse artigo aqui onde eu falo mais sobre isso:
Excluirhttp://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/09/biblicamente-o-que-e-o-espirito.html
Abs!
Diz a bíblia que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, mas Jesus após sua ressurreição afirmou que tinha carne e ossos. Creio com isso que carne e sangue citado por Paulo se refira a corrupção antes da morte ou arrebatamento, porque num arrebatamento podem os vivos serem arrebatados vivos e terem seus corpos mudados num piscar de olhos. o que nôs revela uma mudança no que chamamos corpo físico. resumindo que corpo e sangue citados por Paulo estaria relacionado a o corpo corruptível.
ResponderExcluirAnônimo que falou da carne e sangue ser corpo de pecador, ao invés de ser literal... Lucas não posta um comentário meu aqui,sequer, mas vamos lá...
ResponderExcluirEu tive algumas dúvidas sobre este assunto, mas hoje, GRAÇAS AO ALTÍSSIMO, posso falar sem medo de errar: As Escrituras mostram que quando um ser é ressuscitado sem ter havido o tempo do corpo de tal ver a corrupção (se desfazer na deterioração), tal ser é ressuscitado no mesmo corpo em que morreu. A transformação dos corpos de mortos ressuscitados neste caso, ocorre a partir do momento do arrebatamento, quando subindo, num dado instante rápido é transformado pelo o revestimento do corpo espiritual sobre o corpo ressuscitado.
Este é o caso do MESSIAS. Ressuscitou no corpo humano que foi depositado na sepultura e foi revestido pelo seu antigo glorioso corpo Espiritual, que havia deixado antes de revestir ao embrião feito nas profundezas da terra, que dali foi transportado para o ventre de Miriam. No caso da transformação dos corpos dos seres humanos comuns vivos e recém-mortos ressuscitados, o arrebatamento começará por flutuação dos corpos comuns, como no caso da subida de Elias, e num dado momento enquanto sobem, num abrir e fechar de olhos, serão encobertos por nuvens (isto é, se tornarão ocultos) ou seja, invisíveis, devido aos revestimentos dos novos corpos sobre os atuais. Já no caso do MESSIAS, parece que mesmo antes de morrer, num dado momento, Ele foi parcialmente (ou até todo) revestido pelo Corpo Celeste Dele, no chamado INSTANTE DA TRANSFIGURAÇÃO. Imagine então, depois da morte e ressurreição. Por isto, havia momento que Ele aparecia do nada em um lugar ou atravessava paredes.
Quanto a aparição de Moisés, não é visão apenas. Foi literal. Ele teve seu corpo capturado pelo o Arcanjo Miguel e preservado intacto, para que não deteriorasse, visto que nos dias do MESSIAS, Moisés teria que aparecer vivo a Ele para entregar sua missão de tutelar ao verdadeiro dono da Religião que o povo do ALTÍSSIMO tem de seguir. Visto que a Lei, dada por intermédio de Moisés, era apenas um caminho provisório para o povo do ALTÍSSIMO seguir, até que o verdadeiro CAMINHO, VERDADE E VIDA se manifestasse e assumisse seu papel
ResponderExcluirParabéns pelo estudo Deus abençoe muito bom..
ResponderExcluirObg!
ExcluirBOA NOITE.
ResponderExcluirComo entender a presença de Moisés, uma vez que este morreu (Dt 34:5,6) e de acordo com a Palavra de Deus os mortos não voltam (aos homens foi dado o poder de morrer uma única vez, vindo depois disto o juízo Hb 9:27). A presença de Elias creio não suscitar dúvidas, pois o mesmo não passou pela morte
Todas as pessoas que ressuscitaram na Bíblia voltaram a morrer depois, então não vejo sentido nessa objeção.
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