Muita confusão tem sido feita (de forma proposital ou por
mera ignorância) pelos imortalistas que criticam aquilo que não conhecem, disseminando
mentiras que nunca foram ditas pelos mortalistas, tais como:
• Os mortalistas não creem na existência
do inferno. Mentira. Cremos na existência
do inferno, mas não segundo o conceito popular e pagão que ele ganhou com tempo,
mas no inferno bíblico, que é o geena que será inaugurado após a segunda vinda
de Cristo, com a ressurreição dos mortos. Sempre quando a Bíblia se refere a
este geena, o apresenta como um acontecimento futuro. Cristo, por exemplo,
disse que “os súditos do Reino serão lançados para
fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes” (cf. Mt.8:12). O
tempo futuro – “haverá” – mostra claramente
que este castigo aguarda os ímpios, não é algo que já esteja em atividade. O mesmo
é repetido por Cristo em Mateus 13:42, 13:50, 22:13, 24:51 e 25:30.
Absolutamente sempre o tempo verbal é posto no futuro,
nunca no presente. Jesus nunca disse que no inferno geena “está havendo choro e ranger de
dentes”, mas que “haverá choro e ranger de
dentes”. Veremos mais adiante, também, que este inferno-geena não será eterno pelo processo, mas
existirá até que Deus faça novos céus e nova terra, onde “o primeiro
céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (cf. Ap.21:1), e “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e
não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras
coisas são passadas” (cf. Ap.21:4).
Portanto,
cremos sim na existência do inferno, mas não no conceito popular antibíblico,
popularizado pela “Divina Comédia” de Dante e pela Igreja papal medieval, onde
almas incorpóreas são conduzidas a um local de tormento já em atividade e lá
são torturadas eternamente. Cremos no inferno bíblico, onde o castigo é proporcional aos atos de cada um (cf.
Lc.12:47,48) e subsistirá futuramente, após a ressurreição dos mortos (cf. Mt.13:42;
13:50; 22:13; 24:51; 25:30; 8:12).
• Os mortalistas não fazem diferença de
castigo entre os ímpios. Em um debate
televisivo sobre o tema, um dos proponentes da doutrina da imortalidade da alma
afirmou: “Os mortalistas colocam no mesmo pé de
igualdade pessoas como Hitler, que cometeu aquele grande genocídio e tantos
outros déspotas e genocidas malucos com o ladrão de frango – todos terão a
mesma punição”[1]. Essa mentira é de todas a
mais hilária, pois quem prega que não há diferença de castigo entre os ímpios
são justamente os imortalistas, que ensinam que todos sofrerão eternamente no
inferno.
Nós, ao contrário,
ensinamos que há pessoas que serão castigadas no geena com “poucos açoites” (cf. Lc.12:48), enquanto outras
levarão “muitos açoites” (cf. Lc.12:47), antes de serem aniquiladas no lago de
fogo, que é a segunda morte (cf. Ap.20:14). Nós, portanto, fazemos diferença
entre Hitler, que levaria “muitos açoites” e o ladrão de frango, que levaria “poucos
açoites”. Quem não faz diferença entre Hitler e o ladrão de frango são os
imortalistas, que dizem que ambos levarão “eternos açoites” para todo o sempre.
• Os mortalistas creem que os ímpios
ressuscitarão sem razão, para serem aniquilados novamente. Essa alegação é bastante repetida à exaustão no meio
imortalista, principalmente para rebater a falta de lógica do próprio
imortalismo quando dizemos que eles creem que os ímpios que estão no inferno
terão que deixar o inferno para serem julgados, condenados, ressuscitados e
voltarem de novo para o mesmo lugar para continuarem queimando eternamente do
mesmo jeito que antes – o que é uma visão que só não é ridícula porque ridículo
é pouco pra isso.
Nós, porém, não cremos que
os ímpios (que de fato estarão sem vida na sepultura) ressuscitarão sem razão para serem aniquilados de novo
logo em seguida. Se fosse assim, estaria certo que eles nem mesmo precisariam
passar por ressurreição alguma. Contudo, nós não cremos que eles serão
aniquilados sem mais nem menos, sem antes passarem pelo justo castigo e
retribuição pelos seus pecados cometidos em vida. Como já foi dito, eles
ressuscitarão para serem castigados com “poucos” ou “muitos” açoites no geena,
e somente depois serão eliminados na
segunda morte, que é o lago de fogo. Por isso, a ressurreição dos ímpios não é
sem razão, como alegam os imortalistas, mas é para serem castigados, fazendo justiça por aquilo que cometeram
impiamente aqui na terra.
Tendo refutado os “espantalhos”
criados pelos imortalistas, portanto, cabe a nós mencionarmos o que exatamente
creem ambos os grupos na questão do inferno e dos acontecimentos finais que se
dão após a ressurreição:
Holismo – Os justos ressuscitam com corpos imortais
e incorruptíveis, e tomam parte na árvore da vida reservada aos salvos no
Paraíso (cf. Ap.22:2,14; Ap.2:7), vivendo assim eternamente. Os ímpios também
ressuscitam; porém, sem corpos incorruptíveis e imortais como os justos para
que possam viver eternamente também em algum lugar (cf. Gl.6:8; Fp.3:20,21;
1Co.15:35-55). Pagam no geena de
acordo com as suas obras (cf. cf. Lc12:47,48; Lc.12:58,59; Mt.18:32-35;
Ap.22:12; 2Tm.4:14; Rm.2:6; Mt.16:27) e por fim são completamente eliminados
(cf. Pv.10:25; Sl.37:22; Sl.37:9; 2Pe.2:6; Sl.37:10; Sl.37:38; Sl.34:21; Sl.37:20;
Rm.6:23; Sl.62:3; Sl.94:23; Sl.104:35; Sl.145:20; Pv.22:23; Pv.1:29; Is.5:23,24;
Is.11:4; Ob.1:16; Ml.4:1-3; Lc.17:27-29; Rm.8:13; 1Ts.5:3; Tg.1:15; Ap.20:9;
2Pe.2:6). A punição é eterna pelos efeitos, e não pelo processo.
Dualismo – As almas imortais dos justos deixam o
Céu, são julgadas, se religam a um corpo que jaz na sepultura e voltam a se
encontrar com Cristo nos ares de novo, para depois ouvirem de Cristo que “recebam o Reino” (Mt.25:34) onde já estavam.
Quanto aos ímpios, que tinham seus espíritos incorpóreos queimando em chamas de
fogo físicas e reais, eles deixam o inferno para serem finalmente julgados e
então condenados para continuarem no mesmo lugar que já estavam sem serem
condenados, mas não antes de se religarem a seus corpos que estavam na
sepultura e sofrerem “de corpo e alma”, porque queimar apenas um espírito não
era suficiente. Os justos têm uma vida eterna no Céu com Deus e os pecadores
têm uma vida eterna no inferno com o diabo.
A morte nunca é destruída, pois Satanás e os ímpios
estarão para sempre em processo contínuo de morte no lago de fogo, que é a
segunda morte. O pecado e a blasfêmia nunca terão fim, pois para sempre haverão
seres ímpios pecando e blasfemando contra Deus em algum lugar do Universo onde
se situe este “inferno”, e os justos estarão no Céu sabendo que naquele exato
momento seus amigos e parentes não-convertidos estão queimando e sendo
torturados horrivelmente em um lago de fogo eterno que arde com fogo e enxofre,
com choro e ranger de dentes sem fim, até mesmo para aquele que foi condenado
com 10 ou 12 anos.
Cabe ao leitor honesto e pensante decidir por si mesmo
qual das duas visões é a mais plausível.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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[1] Isso
foi dito no debate do Programa Vejam Só do dia 22/08/2013 na RIT TV, pelo
debatedor imortalista Elias Soares. O debate completo pode ser conferido aqui: <https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=rglnoFYTNrA>.
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