Ausente do corpo e presente com
Cristo. Quando?
– Começaremos o nosso estudo sobre o pensamento de Paulo em relação à vida após
a morte analisando de forma aprofundada as passagens que mais são
constantemente utilizadas pelos imortalistas na tentativa de ensinar que Paulo
era adepto da doutrina imortalista. Eles citam principalmente duas passagens
nas quais o apóstolo expressa o mesmo pensamento, de que queria "partir e
estar com Cristo", ou que desejava estar "ausente do corpo e presente
com Cristo". Examinaremos tais passagens dentro de seu devido contexto,
analisando-as exegeticamente, a fim de vermos se os argumentos imortalistas são
ou não coerentes:
“Porquanto, para mim, o viver
é cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o
meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou
constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor”
(cf. Filipenses 1:21-23)
Para entendermos o que Paulo fala em
Filipenses 1:21-23 é de extrema importância analisarmos o que ele diz em 2ª
Coríntios 5:1-8, pois ele reafirma exatamente o que ele disse aos filipenses
(sobre partir e estar com Cristo), mas de forma mais extensa e aprofundada,
explicando dentro do contexto o que ele entendia como sendo esse partir e estar
com Cristo:
"Porque
sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de
Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso
também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se,
todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que
estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser
despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem
para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do
Espírito. Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos
no corpo, vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista).
Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o
Senhor"
(cf. 2ª Coríntios 5:1-8)
Os imortalistas tem o
costume de jogarem o verso 8 de 2ª Coríntios 5 de forma
isolada, retirando-o de seu devido contexto, como já é de costume, sempre
isolando um verso de seu contexto. A razão pela qual eles nunca falam do
contexto que envolve esses textos é porque sabem que a análise meticulosa deles
refuta as suas próprias teses de imortalidade da alma. Paulo inicia o verso 1
de 2ª
Coríntios 5 dizendo:
"Se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos
de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus"
(v.1)
Quando Paulo fala que a
nossa casa terrestre vai se
desfazer, ele não está se referindo à nossa casa literal onde moramos,
construída a base de tijolos, mas sim do nosso corpo mortal, fazendo a mesma analogia que fez o escritor de
Hebreus a este respeito, quando disse:
"...
mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à
confiança e à esperança da qual nos gloriamos"
(cf. Hebreus 3:6)
Quando “a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer”
não é uma referência à uma casa literal feita à base de madeira ou tijolos onde
Paulo morava, ele não estava preocupado com o destino de uma moradia terrena
porque ele disse claramente que “até agora não
temos tido residência certa” (cf. 1Co.4:11). Se ele nem moradia fixa
tinha e frequentemente escrevia em prisões, é evidente que a referência é ao seu próprio corpo terreno.
Portanto, dentro
da analogia que faz o apóstolo Paulo, ao dizer que essa casa terrestre deste
tabernáculo se desfará ele estava se referindo à sua própria morte corporal, ou seja, a este presente corpo mortal
que passará pela morte física. Mas Paulo continua nessa mesma analogia, dizendo
que, quando essa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer (i.e, quando este
corpo mortal perecer) temos de Deus um edifício, uma casa não feita por
mãos, eterna, nos céus. A que ele se refere aqui? Logicamente, se a casa
deste tabernáculo se refere ao nosso presente corpo mortal e corruptível, o edifício eterno a que Paulo se refere
diz respeito ao nosso corpo imortal e
incorruptível da ressurreição.
Da mesma forma
que o apóstolo não estava falando de casas literais de tijolos na primeira
parte do verso, mas de um corpo mortal e corruptível que temos hoje, igualmente
na continuação do verso ele complementa essa mesma analogia, não se
referindo a uma casa literal nos céus (como uma "mansão celestial",
como pensam alguns), mas sim a um corpo imortal e incorruptível, em
contraste a este presente corpo mortal e corruptível que possuímos hoje.
Somente desta forma a analogia de
Paulo faria sentido. Ele afirma que iria morrer fisicamente (casa terrestre
deste tabernáculo se desfazendo), para obter um edifício superior e eterno
(corpo imortal da ressurreição). Mais claro ainda é a afirmação subsequente,
onde ele diz:
“...temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas” (v.1)
Essa
“casa não feita por mãos humanas”, como já vimos na analogia traçada pelo
apóstolo, não se refere a uma morada celestial, mas ao corpo ressurreto, pois
não está em contraste a uma morada terrena, mas ao corpo físico atual. A
linguagem expressa por Paulo, acerca de ser “uma casa não feita por mãos”,
fortalece ainda mais este fato, pois essa foi também exatamente a mesma linguagem utilizada por Jesus quando se referiu ao
seu corpo ressurreto:
“Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído
por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens” (cf. Marcos 14:58)
Este
edifício “não feito por mãos de homens” que
Cristo disse que edificaria em três dias não é o próprio templo de Jerusalém em
si, que até hoje está em ruínas, nem uma morada celestial, mas sim o seu
próprio corpo ressurreto, pois de fato ele ressuscitou três dias depois, em
um corpo glorificado. Por isso, João ressalta que “ele
falava do templo do seu próprio corpo” (cf. Jo.2:21). Assim, vemos que
esse edifício que Paulo se refere, que estava em contraste a um corpo físico
terreno e que não foi feito por mãos humanas, não é uma morada celestial, mas
um corpo ressurreto.
Só pela análise
desse verso 1 já podemos compreender perfeitamente que a visão de Paulo não era
de se desfazer deste corpo mortal para habitar no Céu sem um corpo antes da ressurreição, mas era de se desfazer deste
corpo mortal para obter um corpo imortal
que teremos na ressurreição dos mortos. Se o apóstolo traça um paralelo
entre a casa e o edifício, e essa casa não é uma casa literal mas sim o corpo
terreno, então é evidente que o edifício que Paulo se referia também não é um
edifício literal que está no Céu, mas sim um corpo ressurreto celestial.
"E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu"
(v.2)
Paulo complementa no verso
2 a ideia do verso 1, de que morreria com o desejo de ser revestido. Mas revestido do
que? Da espada do Zorro? Não, mas revestido de um corpo imortal e
incorruptível. No original grego, a palavra utilizada por Paulo aqui é ependuomai, que,
de acordo com a Concordância de Strong, significa: "colocar
sobre, vestir-se"[1]. Ela
vem da palavra enduo, que tem o mesmo
significado:
1746 ενδυοω enduo
de 1722 e 1416 (no sentido de entrar em uma
veste) TDNT - 2:319,192; v
1) entrar numa
(roupa), vestir, vestir-se.
Essa é exatamente a mesma palavra
que Paulo usa quando se refere ao revestimento que os crentes irão passar na ressurreição:
"E, quando isto que é corruptível se revestir
[enduo] da incorruptibilidade, e isto
que é mortal se revestir [enduo] da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória"
(cf. 1ª
Coríntios 15:54)
Portanto, Paulo estava dizendo que iria
morrer para ser revestido de um corpo
glorioso ressurreto. Ele não estava neste verso dizendo que iria para o Céu, mas que seria revestido de algo que é do Céu. Ele não disse: "desejando ir para a nossa habitação no Céu"; mas sim: "desejando ser revestido
da nossa habitação, que é do Céu".
Com efeito, a ideia que é passada aqui não é de morrer e ir para o Céu sem um
corpo, mas sim, como vimos pelo contexto, de ser revestido de um corpo ressurreto, que é "do Céu", isso é,
celestial, glorioso, em contraste a este presente corpo mortal, corruptível.
A nota de rodapé da NVI (Nova Versão
Internacional) parece concordar com tal interpretação lógica do texto bíblico,
com "habitação terrestre" sendo uma referência ao corpo terreno e que
"gememos" esperando o revestimento de um corpo glorioso ressurreto:
"Temporária habitação terrena em que vivemos. Nosso corpo (v. 2Pe
1.13). Como uma tenda, temporária e pouco durável, nosso corpo é frágil,
vulnerável e se desgasta (4.10-12,16)"[2]
"Gememos. Porque ansiamos pela perfeição que será nossa ao nos
vestirmos do glorioso corpo espiritual (cf. 1Co 15.42-49)"[3]
Portanto, podemos ver que o desejo de
Paulo, pelo qual ele "gemia" (v.2), não era de habitar no Céu como um
espírito incorpóreo antes da ressurreição dos mortos em algum estado
intermediário, mas sim de alcançar a
ressurreição dos mortos. A tradução da CNBB verte o verso 2 de forma ainda
mais direta: "por isso, suspiramos neste
estado, desejosos de revestir o nosso
corpo celeste". E isso fica ainda mais nítido quando vemos o
verso seguinte, que diz:
"Se,
todavia, estando vestidos, não formos achados nus" (v.3)
É de consenso até mesmo
entre os imortalistas que o "nus" no verso 3 se refira a um estado
não-corporal, isto é, destituído de corpo, ao passo que o "vestidos"
se refira ao revestimento do corpo ressurreto ao qual Paulo se refere em todo o
contexto. A nota de rodapé da NVI também concorda com isso e afirma:
"Nus. Sem a roupagem de um corpo, estado
daqueles cuja habitação terrena, temporária, foi desmantelada pela morte"[4]
Portanto, "vestido" seria o revestimento de um corpo ressurreto e
"despido" (ou "nu") seria ficar sem um corpo, ou seja, ficar morto. Para os imortalistas, esse
"nu" seria o estado consciente dos espíritos incorpóreos que aguardam
a ressurreição dos mortos no Céu, distinguindo da visão mortalista que
interpreta o "nus" como sendo o estado sem vida entre a morte e a
ressurreição, em que os mortos não estão no Paraíso, mas em suas sepulturas. A
visão imortalista deste verso fica bem clara na análise que o Pr. Airton
Evangelista da Costa faz deste texto:
"2 Co 5.4: '...não
queremos ser despidos, mas vestidos de novo, para que o mortal seja recolhido
pela vida'. O estado do crente de
ser despido não se refere ao corpo no sepulcro, mas ao espírito que aguarda o
'corpo da glória' na ressurreição"[5]
Porém, o próprio Paulo refuta tal tese de
que seja possível viver no Paraíso sem um corpo, na forma de um espírito
incorpóreo no Céu antes da ressurreição, pois deixa claro que no Céu não seria achado despido, mas vestido.
Outras traduções deixam isso ainda mais claro, ao verterem o verso 3 da
seguinte maneira:
"Contanto que sejamos achados vestidos e não
despidos" (versão Ave Maria)
"E isso
será possível se formos encontrados vestidos, e não nus"
(versão da CNBB)
"O que será possível se formos encontrados vestidos, e não nus" (Bíblia de Jerusalém)
O professor Azenilto Brito também destacou
isso ao dizer:
"Se vestido significa
estar num corpo, estar nu é ficar sem um corpo. Observe que Paulo deixa muito
claro que a vida futura é uma condição de vestido e não de nu! Ele dá não dá
absolutamente qualquer apoio ao ensino de vida sem um corpo"[6]
Com efeito, Paulo refuta a tese de que o
"despido" se refira a uma condição consciente no Céu como um espírito
incorpóreo antes da ressurreição, pois afirma que tal coisa só seria possível
se fosse encontrado vestido (com
corpo), e não nu (sem corpo). Prova
disso é o verso seguinte, onde ele reitera essa pensamento com ainda mais
força:
"Porque
também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas
revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida"
(v.4)
Paulo diz claramente que não queria ser despido, mas revestido.
Ora, se a condição de "despido", conforme os imortalistas dizem, se refere
a uma condição consciente no Céu onde já estamos com Cristo em forma de
espírito incorpóreo, Paulo iria desejar isso mais do que tudo, pois o maior
desejo do cristão é estar com Cristo, independentemente se isso vai acontecer
com ou sem um corpo. Seria
muito estranho que o “despido” se relacionasse a um espírito com consciência e
personalidade que vai para o Paraíso esperando a ressurreição, pois se fosse
assim Paulo não acentuaria tanto que não
desejava estar neste estado (vs. 3-4).
O fato de Paulo ter
declarado tão enfaticamente que não queria ser despido põe por terra a teoria
imortalista de que esse "despido" se refira a uma condição consciente
no Céu em um estado intermediário. Seria o mesmo que Paulo estar dizendo: "Eu não quero estar no Céu com Cristo como espírito
em um estado intermediário, mas sim ser revestido". Isso faz
sentido? É claro que não. Para Paulo, não
existia uma condição consciente no Céu sem o revestimento de um corpo.
Quando ele fala sobre
estar "despido" ou se encontrar "nu", não se refere a um
estado consciente em um estado intermediário, como sonham os imortalistas, mas
sim à verdadeira condição em que os mortos passam entre a morte e a
ressurreição, onde estão inconscientes e literalmente mortos (i.e, sem vida), destituídos
de corpo (porque esperam a ressurreição). É este o estado entre a morte e a
ressurreição que Paulo tinha em mente, e por isso ele afirmou que não queria ser despido, mas revestido;
ou seja, que para ele não interessava nem era de nenhum valor esse estado entre
a morte e a ressurreição em que não estamos com vida, mas o que ele queria
mesmo era ser revestido (ressuscitar). Joe Crews também observa isso nas
seguintes palavras:
"Ele
não está ansioso para o sono da morte (sendo 'despidos') quando ele não estaria
com o Senhor, mas ele está esperando pela redenção do corpo quando ele ia ser
revestido com a 'casa eterna nos céus'. Nesta vida ele estaria vestido com um
corpo mortal, e depois a mortalidade seria 'absorvida pela vida', e ele teria
um celestial corpo imortal. Mas tanto no tabernáculo terreno quanto no
celestial ele continua a ter um corpo. Paulo não faz referência à uma alma
separada do corpo. Ou ele possui um corpo neste planeta e está ausente do
Senhor, ou ele possui um corpo redimido no céu, e está presente com o Senhor"[7]
Isso mostra, mais uma vez,
que Paulo não tinha em mente a visão que os imortalistas tem sobre a vida após
a morte, em que estamos com Cristo enquanto despidos (sem corpo, e supostamente
como espíritos incorpóreos ou almas desencarnadas) esperando a ressurreição em
um estado intermediário, mas sim de que não
existe vida na condição de despido, e por isso o desejo dele era de ser logo
"revestido", que, como já vimos, significa ressuscitar, ser
revestido de um corpo glorioso, ressurreto.
Paulo não iria rejeitar entrar no Céu como
um espírito incorpóreo. O que ele estava dizendo é que seu desejo, pelo qual
ele "gemia" (v.3), não era o de morrer para entrar no estado sem vida
entre a morte e a ressurreição, em que estaremos despidos, inconscientes, sem
vida, mas sim para alcançar a ressurreição
dos mortos, isto é, para ser revestido novamente (v.4), de um corpo
glorioso.
O desejo de Paulo, pelo qual
ele gemia carregado, era na esperança de ser revestido para que o mortal fosse
absorvido pela vida (v.4). A pergunta final que nos fica é: quando é que se dá este momento tão
desejado por Paulo, quando o mortal será absorvido pela vida? Para os
coríntios, isso não era uma dúvida, nem uma incógnita, pois o próprio Paulo já
lhes havia escrito sobre isso poucos anos antes, em sua primeira epístola a
eles:
“Eis que vos digo um mistério: nem todos
dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de
olhos, ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis,
e nós seremos transformados. Porque é necessário que isso que é corruptível se
revista da incorruptibilidade, e que isso que é mortal se revista da
imortalidade. Pois é necessário que aquilo que é
corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está
escrita: Tragada foi a morte pela vitória” (cf. 1ª Coríntios 15:51-54)
A resposta é clara: a morte só será absorvida pela
vida ao soar da última trombeta, por ocasião da ressurreição dos mortos.
É somente na ressurreição que o mortal se reveste da vida, que a morte é
tragada pela vitória. Seria impossível que
o mortal fosse absorvido pela vida logo após a morte em algum estado
intermediário em forma de espírito incorpóreo, pois, na teologia imortalista,
nosso corpo morre e nossa alma já é
imortal. Assim, nada que hoje é
mortal ("para
que o mortal") seria "absorvido pela vida" após a
morte. Obviamente Paulo estava se referindo não a um estado intermediário antes
da ressurreição, mas precisamente à
ressurreição, quando nossa natureza mortal será transformada em uma
natureza imortal (cf. 1Co.15:51-54), com a morte sendo tragada (cf. 1Co.15:54),
com o mortal sendo absorvido pela vida.
Portanto, quando Paulo diz que não queria ser
despido, mas revestido, para que o mortal fosse absorvido pela vida, ele não
estava dizendo que queria morrer para estar com Cristo em um estado
intermediário como um espírito incorpóreo, mas sim que não queria passar pelo
estado entre a morte e a ressurreição no qual estaria "despido" (i.e,
sem um corpo, porque estaria morto, sem vida), desejando logo chegar a ressurreição, quando seria "revestido" e quando o
mortal seria absorvido pela vida. Impossível conciliar isso com a teologia
imortalista, segundo a qual Paulo desejava estar com Cristo logo em um estado
intermediário e antes da ressurreição. Como bem observou Joe Crews:
"O que
se entende pelo termo 'despido'? Repare
que Paulo especificamente declara que ele não tinha vontade de estar nu ou
despido. Podemos estar certos, então, que o estado despido não envolvia estar
com o Senhor, uma vez que Paulo não deseja estar despido [e ele desejava estar
com o Senhor]. De fato, o apóstolo fez referência a estar vestido em apenas
duas casas, a terrena e a celeste. No estado despido, ele não estava nem
vestido com o corpo terreno e nem com o celeste. Isso deixa apenas uma
explicação possível. Estar 'despido' ou 'nú' é a condição de morte que é o
intervalo entre a dissolução da casa terrena e a entrada na celestial"[8]
Os imortalistas não
tem saída, pois se veem obrigados a acreditarem que Paulo estava desejando
estar com Cristo e ao mesmo tempo estava desejando não estar com Cristo, pois para eles este encontro de Paulo com
Cristo se dá em um estado intermediário como espírito incorpóreo, mas o próprio
Paulo diz claramente que não queria
estar despido (2Co.5:4). Se esse encontro de Paulo com Cristo se dá enquanto o
apóstolo está “despido”, então por que ele diz que não queria estar despido?
Seria o mesmo que afirmar que não queria estar com Cristo!
Além disso, a profunda semelhança entre o que Paulo diz aqui em 2ª Coríntios 5:1-5 e o que ele declara em Romanos 8:22,23 (“mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”) faz um paralelo tão impressionante que demonstra que ele tinha a mesma ideia em mente nas duas ocasiões:
Além disso, a profunda semelhança entre o que Paulo diz aqui em 2ª Coríntios 5:1-5 e o que ele declara em Romanos 8:22,23 (“mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”) faz um paralelo tão impressionante que demonstra que ele tinha a mesma ideia em mente nas duas ocasiões:
AOS CORÍNTIOS
(2Co.5:1-5)
|
AOS ROMANOS (Rm.8:22-23)
|
"Neste tabernáculo nós gememos" (v.4)
|
"Também gememos em nós mesmos" (v.23)
|
"O qual nos deu como penhor o Espírito" (v.5)
|
"Temos as primícias do Espírito" (v.23)
|
"Desejando ser revestido da nossa habitação,
que é do Céu" (v.2)
|
"Aguardando a nossa adoção, a saber, a
redenção do nosso corpo" (v.23)
|
A analogia e a comparação dos versos nos deixa muito
claro que o momento em que seremos "revestidos
da nossa habitação que é do Céu" (cf. 2Co.5:2) é quando teremos a "redenção do nosso corpo" (cf. Rm.8:23),
isto é, na ressurreição dos mortos. Joe Crews também discorre sobre isso
acentuando tal fato:
"A comparação revela que
este revestimento para o Céu tem lugar na 'redenção do corpo'... em outras
palavras, mesmo que a morte deva dissolver esse corpo mortal, Paulo torna muito
claro que não seremos revestidos da nossa habitação que é do Céu (imortalidade)
até a vinda de Jesus e a redenção do corpo. Isto também é estabelecido por
repetidas referências ao estado 'nu' ou 'despido'"[9]
E Paulo segue com sua analogia no verso 6, dizendo:
"Por
isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo,
vivemos ausentes do Senhor. Porque andamos por fé, não por vista"
(vs. 6-7)
A Bíblia de Jerusalém
traduz estes mesmos versos da seguinte maneira:
"Por conseguinte,
estamos sempre confiantes, sabendo que, enquanto habitamos neste corpo, estamos
fora da nossa mansão, longe do Senhor, pois caminhamos pela fé e não pela
visão"
(vs. 6-7)
Diante de todo o contexto, como já
observamos, Paulo realmente queria estar ausente do corpo, mas não para habitar com o Senhor em estado
incorpóreo (despido), mas revestido (ressurreto). Como diz Azenilto, "Paulo não está antecipando uma condição de um corpo
desvestido, e sim um corpo revestido (...) Paulo não está descrevendo uma
condição de algo imaterial ou o 'despido'. Ele se refere ao momento em que vai
receber o corpo imortal. O corpo do qual, então, estará ausente é o seu atual
corpo terreno, mas ele não ficará desmaterializado (nu), nesse momento"[10].
Enquanto habitamos neste corpo (habitação
terrena) estamos longe do Senhor e da nossa "mansão" (corpo
ressurreto), e por isso desejamos estar ausentes deste corpo mortal para
estarmos perto do Senhor, como o apóstolo afirma no verso seguinte:
"Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar
com o Senhor" (v.8)
E aqui chegamos, finalmente, ao verso 8,
aquele tão usado pelos imortalistas, com a diferença de que nós mostramos o
contexto e fazemos amplo uso da exegese e da hermenêutica bíblica, e eles
simplesmente fingem que esse verso 8 caiu do Céu sem contexto e nem nada, e de
forma isolada deturpam vergonhosamente esse verso bíblico como se indicasse que
Paulo estava dizendo que queria estar com Cristo num estado intermediário como
espírito incorpóreo, quando diante de
todo o contexto o que vemos é exatamente o contrário disso, e que Paulo só
estaria com Cristo quando ressurreto, dotado de um corpo glorioso da
ressurreição, não despido, mas revestido, não incorpóreo, mas corpóreo, e não
antes do mortal ser absorvido pela vida, da morte ser tragada pela vitória.
Paulo desejava realmente estar ausente
deste corpo terreno e estar presente com Cristo, mas não despido, senão revestido
do corpo glorioso da ressurreição. Como bem disse Azenilto, ele estava "contemplando o além-túmulo, para além da
ressurreição, àquele glorioso momento em que iria saudar a Jesus face a face e
viver com Ele para sempre"[11]. Ou seja: o desejo
de Paulo em estar com Cristo não se concretiza em um estado intermediário
despido de corpo, mas na própria
ressurreição dos mortos.
Satanás é astuto e sabe tirar um texto de
seu contexto para fundamentar uma heresia, e este texto de 2ª Coríntios 5:8 é o
maior exemplo disso, a mais vergonhosa adulteração bíblica que já existiu, pois
quando posta diante de seu contexto é na verdade um golpe de morte na própria lenda da imortalidade da alma, e revela
que Paulo tinha exatamente a mesma mentalidade de um cristão holista.
Partir e estar com Cristo – O texto de
Filipenses 1:21-23 expressa exatamente a mesma coisa do texto de 2ª Coríntios 5:8, e,
portanto, deve ser interpretado da mesma forma. Paulo queria "partir e
estar com Cristo", da mesma forma que alguém pode querer partir para
Washington e estar com Barack Obama. Sim, ambos vão deixar algo, um a vida e
outro o Brasil. E ambos vão encontrar alguém, um Cristo e o outro Obama. Mas
tais frases de maneira nenhuma indicam que isso se dará imediatamente no
Chronos seguinte. Para os hebreus, o tempo para de contar para quem morre. Quem
morresse estaria inconscientemente morto (cf. Sl.13:3;
30:9; 94:17; 146:4; 6:5; 115:17; Ec.9:5,6,10; Jó 14:11,12; Is.38:18; 28:19),
de forma que o intervalo entre a morte e a ressurreição não passaria de um
piscar de olhos para o ressuscitado, mesmo que se passassem alguns milênios
entre a morte e a ressurreição.
Por isso, a passagem de Paulo em Filipenses
aborda a vida após a morte neste aspecto atemporal da existência depois da
morte. Algo semelhante ocorre quando o autor de Hebreus escreve que após a
morte vem em seguida o juízo (cf. Hb.9:27), mas sabemos que o juízo só ocorre
na segunda vinda de Cristo (cf. 2Tm.4:1). Novamente vemos o autor ressaltando o aspecto atemporal
entre a morte e a ressurreição. Embora depois da morte venha em seguida o
juízo, este juízo só acontece na volta de Jesus, ainda que se passem milênios
entre a morte de alguém e a volta de Cristo.
Pela não existência de um estado
intermediário, quem morre e volta ao pó não está mais condicionado a tempo e a
espaço. A ressurreição vem como em um piscar de olhos, de modo que partimos e
estamos com Cristo imediatamente depois, ainda que isso em um aspecto temporal
leve anos ou milênios para se concretizar. O pastor Hermes Fernandes, bispo
consagrado pela International Christian Communion (comunhão que reúne os bispos
de tradição anglicana/episcopal dos cinco continentes) mantém o mesmo ponto de
vista e, depois de passar por uma longa reflexão sobre o tema à luz da Bíblia,
afirmou:
"A morte é sucedida
imediatamente pelo juízo (Hb.9.27). Não há hiato entre os dois eventos. Ao
deixarmos essa vida, somos transportados ao Tribunal de Cristo, e à Sua
presença imediata. Deixamos o tempo, e entramos em uma esfera atemporal,
chamada também de eternidade. Não há estado intermediário entre a morte e a
ressurreição, ou entre a morte e o juízo. Foi a doutrina do estado
intermediário que proveu um terreno fértil para o surgimento de doutrinas como
a do purgatório e da intercessão dos santos, que não possuem qualquer respaldo
bíblico consistente. Não devemos esperar que ao morrermos sejamos levados ao
Seio de Abraão, para ali esperarmos o momento da ressurreição"[12]
Pouco depois, faz uso exatamente do mesmo contexto
incontestável de 2ª
Coríntios 5:1-8 para fundamentar essa posição:
"Alguns creem que, ao deixarmos
nossos corpos, experimentamos um estágio intermediário, em que seremos
tão-somente espíritos desencarnados. Isso é um absurdo. Nosso espírito não
deseja viver, senão em um corpo através do qual possa glorificar a Deus. Daí a
importância da ressurreição corporal. Paulo chega a afirmar que nós 'gememos, desejando ser revestidos da nossa
habitação, que é do Céu, porque estando vestidos, não seremos achados nus. Pois
também nós, os que estamos neste tabernáculo (o corpo físico atual), gememos angustiados, não porque queremos
ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida' (2
Co.5:2-4). O crente em Jesus jamais deve desejar ser despido, isto é, viver sem
um corpo, através do qual possa servir e louvar ao Seu Deus"[13]
Por fim, ele declara:
"Para quem está vivo no
mundo hoje, pode parecer que esse dia esteja num futuro remoto. Mas para quem
deixa o mundo hoje, é como se esse dia chegasse imediatamente. Não há
intervalo. É como se entrássemos numa máquina do tempo, e fôssemos arremessados
em um futuro distante. Lá chegando, não apenas nos encontraremos com o Senhor
nos ares, vindo em direção a Terra para julgar os vivos e os mortos, como
também encontraremos todos os eleitos de Deus, de todas as eras. Dentre os que
morreram em Cristo, ninguém vai chegar primeiro... Por isso Jesus disse que os
amigos que granjearmos aqui na terra, serão os mesmos que nos receberão 'nos tabernáculos eternos' (Lc.16.). Na
verdade, nos recepcionaremos uns aos outros, pois chegaremos todos juntos. Há
ordem de partida, mas não há ordem de chegada. Por vivermos confinados ao tempo
e ao espaço, assistimos à partida de cada pessoa que deixa essa vida. Mas na
eternidade não haverá ordem de chegada. Todos compareceremos diante do Trono de
Deus concomitantemente"[14]
Essa visão bíblica da morte é compartilhada
também pelo apologista cristão batista Joe Haynes, que afirmou:
"A Bíblia ensina
claramente que quando um crente morre, não há razão para acreditar em qualquer
estado intermediário, mas podemos supor que a sua próxima experiência vai ser o
momento da ressurreição, quando ele é unido com Cristo sobre a Terra"[15]
O próprio Lutero compartilhou essa visão
sobre o estado entre a morte e a ressurreição ao dizer:
"Repentinamente
ressuscitaremos no último dia, sem conseguir compreender como morremos e como
passamos pela morte"[16]
Como disse Wolfhart, "a continuidade de nossa vida presente com a vida futura da ressurreição dos mortos não deve ser buscada na seqüência linear do tempo; ela reside no caráter oculto do Deus eterno, cujo futuro já está presente em nossas vidas"[17]. Aqueles que pensam que aquilo que Paulo expressou em Filipenses 1:21-23 sobre "partir e estar com Cristo" por ser algo "incomparavelmente melhor" é algo que vai contra os princípios do mortalismo bíblico defendido pelo próprio Paulo o fazem por pura ignorância, confundindo a crença da mortalidade da alma com a psicopaniquia, popularmente conhecida como "sono da alma", segundo a qual as almas não morreriam, mas estariam dormindo literalmente em um estado intermediário, aguardando a ressurreição dos mortos.
Embora essa outra visão ensine que os
mortos só entram no Céu por ocasião da segunda vinda de Cristo, ela falha
exatamente em crer que existe um elemento imortal no homem e que sobrevive à parte
do corpo, ainda que inconscientemente. Tal não é a visão bíblica sobre a morte.
Quando falamos que os mortos dormem, não estamos a dizer que eles estão literalmente dormindo, mas fazendo uso
de uma figura de linguagem para um estado sem consciência entre a morte e a
ressurreição. É lógico que faz sentido o que Paulo disse em Filipenses 1:21-23,
e qualquer mortalista diria o mesmo, porque não existe "vida" ou
"tempo" entre a morte e a ressurreição.
Portanto, é realmente um "partir
e estar com Cristo", ainda que isso somente se concretize na
ressurreição dos mortos. Para Paulo, seria infinitamente melhor a morte, pois
desta forma ele seria imediatamente conduzido a Cristo, pela não existência de
passagem de tempo entre a morte e a ressurreição, e não por possuir alguma
"alma imortal" que sobreviva à morte física e siga a um estado
intermediário em condição incorpórea, o que o próprio apóstolo fez questão de
negar quando escreveu a mesma coisa aos coríntios (cf. 2Co.5:8), dizendo que
queria morrer não para ser despido (sem corpo), mas revestido (com corpo
ressurreto), que não estaria no Céu em condição incorpórea, mas
"vestido" (cf. 2Co.5:2-3), e que tal coisa se daria quando o mortal
fosse absorvido pela vida (cf. 2Co.5:4), na ressurreição.
Desta forma, os textos de 2ª Coríntios 5:8 e de
Filipenses 1:21-23 realmente ensinam a iminência em estar com Cristo logo após
a morte, mas isso não se dá em função de
uma "alma imortal" em nós presente, mas sim pela inexistência de
tempo entre a morte e a ressurreição. É deste mesmo modo que o pastor
presbiteriano José Luiz Martins Carvalho se
posicionou, dizendo:
"A Escritura nos
adverte: 'E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo,
depois disto, o juízo' (Hb 9.27). O juízo segue-se à morte, pois passa-se do chrónos ao kairós, muda-se o parâmetro temporal. Do tempo linear para a
eternindade. Logo, para o cristianismo bíblico não há imortalidade nem sono da
alma [psicopaniquia], mas apenas a mudança de estado do tempo para a
eternidade. Na Parousia, tempo e eternidade se encontrarão. É isto que, hoje,
ansiosamente aguardamos!"[18]
Francis D. Nichol ainda faz importantes
observações que nos mostram pela Bíblia que é comum dois acontecimentos estarem
ligados ainda que divididos por um longo período de tempo entre eles em um
aspecto temporal:
“Não é incomum um escritor bíblico
reunir eventos que estão separados por um longo espaço de tempo. Geralmente, a
Bíblia não entra em detalhes, mas apresenta os pontos realmente importantes do
trato de Deus com a humanidade no transcorrer dos séculos. Por exemplo, Isaías
61:1 e 2 contém uma profecia da obra que Cristo faria em Seu primeiro advento.
Em Lucas 4:17-19 está o relato de Cristo lendo essa profecia para o povo e
informando: ‘Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.’ (v.21). Mas um
exame cuidadoso revelará que Cristo não leu toda a profecia de Isaías, embora
evidentemente ela seja uma declaração conectada. Ele terminou com a frase:
‘Apregoar o ano aceitável do Senhor’. Mas a frase seguinte da sentença é: ‘E o
dia da vingança do nosso Deus’. Ele não leu essa parte porque ela não devia se
cumprir logo. A passagem de Isaías nem mesmo sugere que um período de tempo se
interpõe entre esta frase e as precedentes. Mas outras passagens bíblicas
indicam claramente tal fato, e é pelo exame de todas as outras passagens que
entendemos uma profecia breve e condensada como essa de Isaías”[19]
E ele continua destacando agora o período
de mil anos que se interpõe entre a vinda de Cristo e a destruição desta terra,
que é ligado por Pedro como se não houvesse período de tempo significativo
entre eles:
“Ou considere a profecia do
segundo advento conforme apresentada em II Pedro 3:3-13. Se nenhuma outra
passagem bíblica fosse comparada com essa, poderíamos facilmente chegar à
conclusão de que o segundo advento de Cristo resulta imediatamente na
destruição do mundo pelo fogo. Todavia, quando comparamos II Pedro 3 com
Apocalipse 20, aprendemos que um período de mil anos se interpõe entre o
segundo advento e a destruição do mundo pelo fogo. Pedro estava apenas dando um
breve sumário dos extraordinários eventos iminentes. Ele passou imediatamente
do grande fato do segundo advento para o próximo grande ato no drama do trato
de Deus com este planeta: sua destruição pelo fogo. No caso da profecia de
Pedro, assim como no da profecia de Isaías, não há necessidade de confusão se
seguirmos o plano de comparar passagem com passagem para preencher os detalhes”[20]
Vemos, portanto, que em absolutamente nada
o "partir e estar com Cristo" implica em uma alma incorpórea vivendo
conscientemente em algum estado intermediário antes da ressurreição, o que não
é dito em parte nenhuma da teologia paulina e é negado pelo próprio apóstolo
quando trata dessa mesma questão com mais amplitude, como vimos na exegese de 2ª Coríntios 5:1-8. Os
imortalistas que formulam argumentos como esse demonstram não conhecerem a
doutrina mortalista, confundindo-a com a psicopaniquia, crendo que achamos que
existe passagem de tempo entre a morte e a ressurreição e anulando a iminência
da mensagem de Paulo sobre estar com Cristo. Se pelo menos entendessem aquilo
que tanto criticam, poderiam talvez formular argumentos mais sólidos.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
-Artigos relacionados:
-Não deixe de acessar meus outros sites:
- Preterismo em Crise (Refutando o Preterismo Parcial e Completo)
[1]
Léxico da Concordância de Strong, 1902.
[2]
Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em 2Co.5:1, p. 1991.
[3]
Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em 2Co.5:2, p. 1992.
[4]
Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em 2Co.5:3, p. 1992.
[5]
COSTA, Airton Evangelista. Reflexões
sobre a imortalidade da alma. Disponível em: <http://solascriptura-tt.org/AntropologiaEHamartologia/ReflexoesImortalidadeAlma-AECosta.htm>.
Acesso em: 16/08/2013.
[6] BRITO,
Azenilto. O que é estar ausente do corpo.
Disponível em: <http://www.c-224.com/Ausente.html>.
Acesso em: 19/08/2013.
[7] CREWS,
Joe. O que a Bíblia diz sobre estar
ausente do corpo. Disponível em: <http://setimodia.wordpress.com/2008/12/16/livreto-o-que-a-biblia-diz-sobre-estar-ausente-do-corpo/>.
Acesso em: 19/08/2013
[8] ibid.
[9] ibid.
[10] BRITO,
Azenilto. O que é estar ausente do corpo.
Disponível em: <http://www.c-224.com/Ausente.html>.
Acesso em: 19/08/2013.
[11] ibid.
[12]
FERNANDES, Hermes Carvalho. Afinal, para
onde vamos ao morrer? Parte 1. Disponível em: <http://www.hermesfernandes.com/2009/12/afinal-pra-onde-vamos-ao-morrer-parte-1.html>.
Acesso em: 16/08/2013.
[13]
ibid.
[14] FERNANDES,
Hermes Carvalho. Afinal, para onde vamos
ao morrer? Parte 2. Disponível em: <http://www.hermesfernandes.com/2009/12/pra-onde-vamos-ao-morrer-parte-2.html>.
Acesso em: 16/08/2013.
[15]
HAYNES, Joe. Por que não creio em um
"estado intermediário" entre a morte e a ressurreição? Disponível
em: <www.revistacrista.org>. Acesso em: 16/08/2013.
[16]
WOLF, Manfred. p. 92.
[17]
PANNENBERG, Wolfhart. Systematische Theologie –Vol. 3, p. 574.
[18] CARVALHO,
José Luiz Martins. Imortalidade da Alma
ou Ressurreição da Vida? Disponível em: <http://teologiahoje.blog.com/2010/07/01/imortalidade-da-alma-ou-ressurreicao-da-vida/>.
Acesso em: 16/08/2013.
[19]
NICHOL, Francis David. Respostas a
Objeções. Tatuí: Casa, 2004.
[20]
ibid.
Excelente e iluminador estudo. Parabéns ao irmão Lucas por sua boa pesquisa.
ResponderExcluirMuito obrigado Prof. Azenilto, Deus te abençoe e parabéns pelos seus ótimos artigos sobre o tema!
ResponderExcluirComo ocorrerá essa ressurreição ? Um corpo material já consumido , ou cremado , ou um montinhos de ossos? Não entendo! Há ossos que nem existem mais! Por favor , o senhor pode me explicar?
ResponderExcluirSerá a ressurreição de um corpo glorioso, e não o mesmo corpo perecível que temos em vida. Paulo fala sobre isso aos coríntios:
ResponderExcluir"Mas alguém pode perguntar: "Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão? "
Insensato! O que você semeia não nasce a não ser que morra. Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra. Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro. Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras. Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual" (1 Coríntios 15:35-44)
A colocação foi excelente, mas ainda restam algumas indagações acerca do assunto que ficam em suspenso. Por exemplo, essa alma/espírito que rompe o Cronos e parte para o Kairos permanece em que estado? O caso de Moisés e Elias no monte da transfiguração estão fora deste contexto de star com o Eterno. Então os que partem em salvação estão com Cristo ou com o Eterno, ou com a trindade? De modo filosófico, acredito que tem de haver um lugar de relacionamento onipresente entre os santos e o seu Criador. Acho que o partir e estar com Cristo para Paulo diverge deste artigo. A atemporalidade da morte e passagem para o Kairos ficou subentendida. Entendo que Paulo fala literalmente de estar onde o Senhor está pela sua onipresença.
ResponderExcluirAí que está o erro. A alma não sai do corpo para ir a algum lugar, ela simplesmente morre (http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/04/a-morte-da-alma-imortal.html). E é por isso que não há tempo entre a morte e a ressurreição, porque não há qualquer sensação de tempo para algo que não mais existe.
ResponderExcluirSe a alma morre juntamente com o corpo.
ResponderExcluirDeixa de existir. Então vai ter ressurreição de quem ? Se não a más nada para ressuscitar.
Se for assim, então nem o corpo pode ressuscitar, já que o corpo deixa de existir, então como poderá haver ressurreição da carne?
ResponderExcluir#Fail
Parabéns Lucas Banzoli, que maravilha de exegese estou aprendendo muito , que YA te abençoe cada momento de sua vid.
ResponderExcluirmagnifico lucaass
ResponderExcluiraprendendo muito com vc
Obrigado, Deus lhe abençoe!
ResponderExcluirOlá. Tenho gostado de ler suas mensagens, e isso me fortaleceu bastante. Mas gostaria que vc, Lucas, escrevesse sobre as experiências pré-morte, que parecem indicar que um elemento sobrevive à morte. As pessoas que tiveram parada cardíaca de vários minutos e voltaram, dizem ter "saído do corpo e estado em lugares maravilhos" e tb há relatos de experiências negativas, de ter estado "à boca do inferno". mas nem todas coincidem. Acredito que deva haver também histórias inverídicas no meio dessas "experiências". Mas, como vc interpreta isso? Ficaria muito agradecida.
ResponderExcluirOlá, escrevi sobre isso aqui:
Excluirhttp://lucasbanzoli.no.comunidades.net/um-estudo-sobre-as-experiencias-quase-morte
Você pode ler mais sobre isso aqui:
https://calmariatempestade.wordpress.com/2011/06/01/a-neurologia-das-experiencias-de-quase-morte/
Olá, me chamo Pedro. Gostaria de saber sua opinião, já que você é contra o estado consciente da alma apos a morte, sobre Lucas 16:20-31 e Apocalipse 20:4. Obrigado pela atenção. luciolavelli@hotmail.com
ResponderExcluirSobre Lucas 16:
Excluirhttp://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/07/estudo-completo-e-aprofundado-sobre.html
Sobre Apocalipse 20:4:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2012/12/o-apocalipse-e-o-tormento-eterno.html