Que a imortalidade da alma é uma falsa
doutrina, confusa e impossível de ser pregada sem recorrer a falácias e a
argumentos falidos e já há muito refutados, isso já ficou provado inúmeras
vezes aqui. A questão, agora, não será provar mais uma vez que a imortalidade
da alma é uma heresia (o que já está provado), mas sim mostrar o porquê
que o diabo criou essa heresia. Em outras palavras, a pergunta que irei
refletir ao longo deste artigo é simplesmente esta: “Qual é o objetivo de
Satanás em pregar tal mentira”?
Ora, sabemos Satanás continua usando dos
mais variados meios a fim de perpetuar a primeira mentira, pois isso é um forte
meio de desviar as pessoas da sinceridade e pureza devidas a Cristo. Por meio
da crença da sobrevivência da alma na morte, inúmeras religiões do mundo
terminam cursando os mais variados meios de consulta aos mortos em
desobediência à Palavra de Deus.
Existem religiões que tem como base a
doutrina da sobrevivência da alma em um estado intermediário. Caso essa
doutrina esteja errada, a religião termina. O culto aos mortos no catolicismo é
um bom exemplo disso, uma vez que Cristo deixou claro que “só ao Senhor teu Deus darás culto” (cf. Mt.4:10)
e que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e
os homens, Cristo Jesus” (cf. 1Tm.2:5).
Satanás usa das mais variadas maneiras para
deturpar a Palavra de Deus e perpetuar a primeira mentira, da imortalidade da
alma, a fim de que o que Paulo mais temia acontecesse: “Pois,
assim como Eva foi enganada pelas mentiras da cobra, eu tenho medo de que a
mente de vocês seja corrompida e vocês abandonem a devoção pura e sincera a
Cristo” (cf. 2Co.11:3). A imortalidade da alma foi a doutrina que
Satanás encontrou uma “brecha” a fim de que o evangelho fosse sutilmente
modificado por meio de homens que “introduziram
secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (cf. 2Pe.2:1).
O culto aos mortos é um bom exemplo de um
meio que a Serpente continua utilizando a fim de desviar o cristão do evangelho
puro e genuíno somente a Cristo. Quando o evangelho deixa de ser Cristocêntrico, a missão de
Satanás está completa. E qual é o meio que ele usa para perpetuar tais enganos?
Claro, a mesma mentira pregada à Eva no Jardim: “...certamente
não morrereis” (cf. Gn.3:4).
O que Satanás ensina, na verdade, é bem
simples. Ele diz que o nosso “verdadeiro eu”, a nossa “alma eterna”, não morre.
De modo que, se não formos tão bons, “a reza resolve tudo”! Tal visão de
imortalidade inerente que Satanás ensina é bem mais simples do que o que Deus
quer que creiamos: que “a alma que pecar, essa
morrerá” (cf. Ez.18:4), porque a consequência do pecado seria “moth tâmuth” – “morrendo,
morrereis” (cf. Gn.2:17). Todas as práticas de culto aos mortos, de
intercessão de santos já falecidos, de invocação ou comunicação com os mortos
ou de qualquer coisa do gênero, que quase sempre geram idolatria e apego no
coração dos homens àquilo que já morreu ao invés de se focar Naquele que está
vivo (Jesus), tem como base e fundamento a crença na imortalidade da alma.
No espiritismo, então, a coisa complica
ainda mais. A consulta aos mortos, que existe de maneira “mascarada” no
catolicismo mediante a oração que é um claro meio de comunicação, é
“desmascarada” no espiritismo que abertamente declara isso convictamente. A
própria crença na reencarnação, que é crida não somente por espíritas mas
também por muitos outros grupos panteístas (como o budismo e o hinduísmo)
também tem por base a crença que a alma sobrevive consciente após a morte.
Afinal, se a alma não sobrevive, não há como reencarnar.
A Bíblia afirma categoricamente que “entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu
filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem
feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem
mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é
abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora
de diante de ti" (cf. Dt.18:9-12). Afinal, “a
favor dos vivos consultar-se-ão os mortos?” (cf. Is.8:19). Não!
Deus sabe muito bem dessa impossibilidade
de comunicação dos mortos com os vivos, e foi por isso o Senhor proibiu o seu
povo israelita de tentar tal “comunicação”, a fim de que não fossem enganados
por espíritos demoníacos (cf. Lv.19:31; 20:6; 1Sm.28:7-25; Is.8:19; 1Tm.4:1;
Ap.16:14), dada a devida impossibilidade de comunicação com os que já morreram
(cf. Gn.2:7; Sl.13:3; Ec.9:5,6; Ec.9:10; Sl.146:4; Sl.6:5; Sl.115:17; Sl. 13:3;
Jó 14:11,12; Sl.30:9; Is.38:18; Is.28:19; Sl.94:17). Dada tal impossibilidade,
quem se apresenta no “além" para se comunicar com os vivos são os
espíritos dos demônios, e se aproveitando, é claro, da mentira da imortalidade
da alma.
Tudo isso poderia ser perfeitamente
removido e o evangelho restaurado caso fosse realizado um exame apurado das
Escrituras, analisando a um conteúdo total e não se apegando cegamente a um
texto ou outro descontextualizado tomando tais textos isolados como regra de
doutrina. Mas, como Jesus disse em Mateus 28:20 para ensinarmos tudo, também
precisamos revelar às pessoas o que realmente acontece depois da morte, pois
isso nos faria voltar ao evangelho Cristocêntrico tão abandonado por
consequência da primeira mentira.
Imagine um mundo onde todos creem conforme
a Bíblia diz: que a alma que pecar, essa morrerá (cf. Ez.18:4). Imagine um
mundo onde a mentira de que “certamente não morrerás” não engana mais ninguém.
Imagine um mundo onde todos creem que a ressurreição é o caminho para uma nova
vida no retorno à existência. Ou seja: imagine o mundo todo seguindo os padrões
bíblicos. No que isso implicaria?
Isso implicaria na completa inexistência da idolatria no mundo, visto que
grande parte dela subsiste com base na crença que “espíritos” ou “almas”
subsistem após a morte e são dignos de serem consultados, venerados, cultuados
ou adorados.
Isso implicaria na completa inexistência de
todos os falsos sistemas religiosos que tem por base a crença que a alma é
imortal, o que inclui espiritismo, catolicismo, budismo, hinduísmo, religiões
panteístas, politeístas e pagãs, que tem como fundamento a crença da
transmigração das almas, da reencarnação, da evocação dos mortos, da
intercessão dos falecidos, da veneração e culto aos defuntos. Isso implicaria
também em um mundo mais Cristocêntrico, isto é, um mundo onde Aquele que vive é
o único digno de toda a glória, toda a honra, toda a majestade e todo o louvor,
pois é aquele que venceu a morte e ressuscitou, Cristo Jesus.
Todas as orações e todo o culto em todo o
mundo seriam voltados e dirigidos unicamente Àquele que era, que é e que há de
vir. Todas as nações seriam felizes e haveria paz no mundo, pois “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (cf.
Sl.33:12). Todos os nossos atos de adoração seriam sempre voltados por Ele e
para Ele. Você poderia pensar: “Este é um mundo utópico, imaginário, impossível
de ser verdade um dia”. Mas seria isso tão somente o reflexo de um mundo onde a
primeira mentira implantada pela serpente já não teria mais lugar, e as suas consequências também não. O único que
fica feliz da vida em ver o povo continuar crendo e propagando a heresia de que
a alma é imortal é o diabo que inventou essa mentira, pois é por meio dela que
ele sempre enganou e continua cegando bilhões de pessoas em todo o planeta.
A imortalidade da alma é a carta “coringa”
de Satanás. É por meio dela que tantas pessoas desviam o foco e a atenção que
deveriam ser direcionadas a Deus. Sem essa carta na manga, dificilmente o
Inimigo conseguiria desenvolver outros métodos para desviar a devoção pura e
sincera somente a Cristo. Por outro lado, o exame sincero e honesto das
Escrituras nos faria desmantelar sistemas religiosos totalmente baseados na
crença em uma alma imortal. Isso faria voltar ao evangelho puro e sincero de
devoção somente a um homem, aquele que mesmo tendo morrido ainda vive, e por
isso pode interceder por nós – Cristo: “Portanto,
ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se
de Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (cf. Hebreus 7:25).
Resumindo este ponto, o que devemos ter em
mente é que toda falsa doutrina criada
por Satanás tem algum objetivo por detrás dela, e este objetivo nunca
é levar o cristão mais perto de Cristo e da devoção única a Ele, mas sempre
reside em desviar as pessoas da devoção única ao Senhor (cf. 2Co.11:3). Seria
muito estranho que o diabo quisesse “inventar a mentira da mortalidade da
alma”, uma vez sendo que isso apenas serviria para destruir por completo com
todos os enganos existentes nos mais diversos sistemas religiosos falsos que
existem no mundo, e que se baseiam na crença em uma alma imortal.
Em outras palavras, o diabo não ganharia
nada pregando a mortalidade da alma; ao contrário, apenas perderia o seu império
de engano e o veria caindo às ruínas. Teria que inventar outras mentiras que
substituíssem a crença em uma alma imortal para conseguir conduzir novamente o
povo à perdição. Não faz qualquer sentido a mortalidade da alma ser uma
“heresia”, pois heresia é algo criado por Satanás com uma finalidade que de alguma forma consiste em poder desviar o cristão
de Cristo. Quem é que vai “se desviar de Cristo” por crer que a vida termina na
morte e recomeça na ressurreição? Ninguém. Ao contrário, iria apenas reforçar a
importância do papel da ressurreição
dentro da comunidade cristã. Iria fazer-nos retornar aos primórdios da fé, nos
tempos em que a ressurreição era a maior esperança dos cristãos (cf. At.24:15;
26:6; 28:20; 23:6; 26:7).
Mas
seria totalmente lógico que ele implantasse a mentira da imortalidade da alma
e assim conseguisse enganar cada vez mais pessoas através dela, como de fato
engana, pois a imortalidade da alma sim tem o poder de desviar o cristão de
Cristo, de criar falsos sistemas religiosos em torno dela, de servir como base
para a perda de um evangelho Cristocêntrico para colocar o foco nos mortos,
para dar plausibilidade às crenças na transmigração e reencarnação das almas,
evocação e consulta aos espíritos, oração e intercessão dos mortos e pelos
mortos, culto e veneração àqueles que já morreram, e por aí vai.
Por
isso que foi a primeira mentira implantada pela serpente no Jardim (cf. Gn.3:4). Note
que Satanás não perdeu tempo em implantar essa mentira no mundo. Ela não foi a
terceira, nem a quarta mentira inventada. Não foi inventada depois de muitos
séculos, foi a primeira, foi a que
serviu como ponto de partida para todas as demais mentiras que vimos acima.
Por tudo isso, eu concordo plenamente com a
colocação verdadeira feita pelo professor Sikberto sobre isso: “A imortalidade da alma é a base
doutrinária da rebelião de Lúcifer, e o fundamento das demais mentiras. Sempre
que ele entra em ação em uma situação nova, a primeira coisa que tenta fazer
crer é que a alma não morre. E sabe por quê? Pelo
fato de que assim é mais fácil crer nas demais mentiras dele” [“A
História da Adoração”].
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli.
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- Preterismo em Crise (Refutando o Preterismo Parcial e Completo)
Adorei seu site, principalmente sobre essa lenda, que tenho abraçado há muito tempo, especialmente a cada argumento falacioso de alguns "mestres"...
ResponderExcluirPrazer conhecê-lo! :)
Adorei, até compartilhei com alguns amigos!
ResponderExcluirmuito bom mesmo, perfeito.
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