
Lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos, visando explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais por meio de imaginações e fantasias que vão se modificando através do imaginário popular. No que se tornam conhecidas vão sendo registradas em linguagem escrita. Nenhuma definição mais exata do que essa para a primeira de todas as mentiras implantadas no mundo: a imortalidade da alma, que diz que “certamente não morrerás” (Gn.3:4).
A
imortalidade da alma pode ser considerada como a primeira mentira a entrar no
mundo e provavelmente a última a sair dele. Isso porque todos os grandes falsos
sistemas religiosos existentes no planeta estão fundamentados sobre a mentira de
que “certamente não morrerás”. O hinduísmo se baseia nela para fundamentar a sua
crença na reencarnação, o espiritismo precisa dela para dar base à sua
comunicação com os espíritos, o catolicismo necessita da crença em uma alma
imortal para sustentar a intercessão dos santos já falecidos, da oração pelos
mortos e do culto aos mortos, e assim por diante.
Em
todos os falsos sistemas religiosos a imortalidade da alma atua como o pilar e
fundamento de todas as heresias que desviam o homem da verdade. Não foi sem
razão que Satanás encontrou nesse mito uma boa razão para implantar todos os
seus falsos ensinos que se alastram pelo mundo. Se formos mais fundo,
perceberemos que a raiz de toda a idolatria existente no planeta tem por base a
crença em uma alma imortal, em “espíritos” que continuam vivos após a morte e
seriam dignos de culto, honrarias, veneração e até adoração após a morte. A
mentira implantada pela serpente no Jardim deu frutos, e hoje é a base e o
fundamento de todas as demais heresias.
Os
judeus antes da diáspora nunca creram na imortalidade da alma. Encontrar menções
veterotestamentárias sobre um estado inconsciente dos mortos é como encontrar
água no Oceano Pacífico. Após a diáspora, já depois de finalizados todos os
livros do Antigo Testamento da Escritura Sagrada, os judeus foram influenciados
pela cultura helenista (grega) de imortalidade da alma, ganhando uma nova noção
daquilo que aconteceria após a morte. Coube, então, aos cristãos, o remanescente
do povo de Deus, restaurar as doutrinas verdadeiras e se tornarem verdadeiros
embaixadores da crença em uma ressurreição dos mortos, que entra em conflito
direto com a crença em uma alma imortal.
Por
que tirar alguém que já está desfrutando das delícias do Paraíso em espírito,
fazê-lo voltar ao corpo por ocasião da ressurreição na segunda vinda de Cristo e
retornar ao Paraíso novamente para continuar do mesmo jeito que estava antes?
Qual a necessidade real da ressurreição? Na prática, nenhuma. Este contraste
entre imortalidade da alma e ressurreição dos mortos levou vários eruditos e
teólogos recentes de diferentes denominações religiosas e reverem os seus
conceitos sobre a vida após a morte.
O
luterano Oscar Cullmann, um dos maiores teólogos que já pisaram nesta terra e
conhecedor profundo do Novo Testamento, escreveu o livro: “Imortalidade da Alma
ou Ressurreição dos Mortos”, após rever a sua crença numa alma imortal e
perceber que não é compatível com a doutrina cristã do Novo Testamento, que
aponta para a ressurreição como sendo a esperança dos cristãos, e não uma alma
imortal que partiria conscientemente do corpo após a morte. Isso também foi
confirmado por todos os primeiros cristãos dos primeiros séculos, chamados de
Pais da Igreja, que durante dois séculos defenderam a crença na ressurreição e
negaram a existência de uma alma imortal.
Nomes
proeminentes como Inácio, Policarpo, Justino, Clemente, Hermas, Taciano, Arnóbio
e Teófilo foram incansáveis defensores da mortalidade bíblica nos primeiros dois
séculos de Cristianismo. Posteriormente, filósofos cristãos influenciados pelos
ensinamentos de Platão começaram a implantar a ideia de uma existência além do
túmulo. Começando por Orígenes, reconhecidamente herege pela Igreja por
fantasiar o Cristianismo com teses mirabolantes, a crença em uma alma imortal
ganhou fama na Igreja e muitos adeptos, até se tornar o pensamento predominante,
sendo fortemente impulsionada por Agostinho, influente Pai da Igreja do quarto
século d.C.
Com
a Reforma, Lutero passou a pregar que a imortalidade da alma era uma das “monstruosidades sem fim no monte de estrume dos decretos
romanos”, mas a opinião de Calvino e de outros reformadores pesou mais
forte, e hoje a maioria das denominações cristãs evangélicas se dizem defensoras
da tese grego-platônica de imortalidade da alma. Não obstante, este quadro está
se revertendo cada vez mais. Grandes nomes na apologética têm surgido das mais
diferentes denominações religiosas contestando a tese de que a alma é imortal.
Nomes
influentes como os de Clark Pinnock, John Scott, Edward Green, Philip Hughes,
David Edwards e o próprio Cullmann, tem levantado novamente o estandarte da
ressurreição como sendo o foco e esperança dos cristãos para alcançarem a vida
eterna. Convido o leitor a uma análise honesta dos artigos deste blog, para que,
com a mente livre e aberta para a verdade, possa decidir entre a lenda de que
certamente não morrerás ou a esperança cristã de que Cristo é a ressurreição e a
vida.
Paz
a todos vocês que estão em Cristo.
Por
Cristo e por Seu Reino,
Lucas
Banzoli.
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- Preterismo em Crise
(Refutando o Preterismo Parcial e Completo)
Estou assustado com tanta heresia existente no meio chamado critianismo. Aceitando a filosofia de Platao, sobre a imortalidade da alma. Que foi a primeira mentira de satanaz. Que disse pra Eva: " certamente nao morrereis'.
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